Política

Cássio: TCM é ‘manobra’ para dar emprego a deputados e tirar Lígia da vice

"Custará caro"


27/11/2015



{arquivo}O senador Cássio Cunha Lima (PSDB) criticou a postura da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), ao propor a criação de um Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) na Paraíba. Segundo ele, o Poder Legislativo estaria agindo com a anuência do Governo do Estado. Em conversa com a imprensa, na manhã desta sexta-feira (27), após participar do I Seminário Interinstitucional em Saúde e Segurança do Trabalhador, em João Pessoa, o líder do PSDB no Senado disse que a possível instalação do TCM é uma espécie de “manobra política” para dar empregos vitalícios a deputados estaduais e a vice-governadora, Lígia Feliciano (PDT).

Em entrevista ao WSCOM Online, Cássio afirmou que a “manobra” forçaria a Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) a indicar o futuro governador do Estado, numa possível desincompatibilização do cargo do atual gestor Ricardo Coutinho (PSB), para disputar outro mandato eletivo, em 2018. O socialista hoje tem o apoio do atual presidente da Casa de Epitácio Pessoa, deputado Adriano Galdino (PSB) e do gestor do biênio 2017-2018, Gervásio Maia (PMDB), além de sua bancada contar com a maioria dos 36 parlamentares.

“Criar o TCM numa manobra política, talvez para dar emprego vitalício a deputados, para talvez acomodar a vice-governadora e deixar livre o cargo de vice-governador para daqui a dois ou três anos a Assembleia possa eleger indiretamente o vice-governador numa manobra que contempla também a pressão sob prefeitos. Isso tem que ter o repúdio da população, que quer mais policiais na rua, que uma saúde melhor, uma melhor educação e não emprego vitalício para políticos”,
disparou.

O senador ainda confirmou que pensou em criar o TCM no período em que foi governador, mas foi convencido por partidos políticos, por entidades governamentais, pela sociedade civil, e por conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que a medida seria desnecessária.
Segundo ele, o TCM retiraria o equivalente a 90% do orçamento destinado ao TCE, que tem receita praticamente destinada ao pagamento da folha salarial.

“É impossível criar um TCM a custo zero
. Você não cria um novo Tribunal sem conselheiros, sem funcionários, ou auditores, sem construir um prédio, é uma despesa que você tem de forma permanente e contínua, não tem como recuar”, complementou.

Assista a entrevista completa do senador Cássio Cunha Lima no vídeo ao lado.
 



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