{arquivo}Já era mais de 22h quando o senador paraibano Cássio Cunha Lima, líder do PSDB no Senado Federal, subiu à tribuna para apresentar o seu discurso, durante a sessão extraordinária para votar a instauração do processo de impedimento da presidente da República, Dilma Rousseff (PT), nesta quarta-feira (11). Na ocasião, o tucano criticou de forma pesada a atual chefe do Poder Executivo e destacou que o PSDB será parceiro no quase consolidado governo Michel Temer (PMDB).

Durante o discurso, o senador Cássio Cunha Lima disse que a presidente Dilma Rousseff mentiu para a população e atribuiu à petista a culpa pela “maior fraude fiscal já vista no país”. Segundo o tucano, a crise econômica vivenciada pelos brasileiros é ocasionada pela política financeira adotada pela atual gestão. “Tudo que está acontecendo no Brasil hoje está umbilicalmente ligado à irresponsabilidade da presidente Dilma Rousseff”, disse.

Confiante em relação ao afastamento da presidente do poder, o senador paraibano chegou a arriscar o placar da sessão de impeachment, com 56 votos favoráveis à continuidade do processo no Senado Federal contra apenas 21.

Cássio Cunha Lima ainda saiu em defesa do vice-presidente Michel Temer e rebateu críticas de aliados e apoiadores do governo do PT. “Temer tem legitimidade para assumir o governo sim. Os mesmos 54 milhões de votos obtidos pela presidente Dilma, também foram dados a Temer. A imagem do vice que aparece na telinha da urna eletrônica no dia da votação não é por acaso, e a legislação eleitoral é sábia nesse sentido”, frisou.

Ainda segundo Cássio, o PSDB está confiante no início de um “novo tempo”, de uma nova democracia, e disse que o partido se coloca à disposição de Michel Temer para ajudar na execução de um “governo da salvação nacional”.

Para isso, os tucanos já apresentaram ao peemedebista, sugestões que devem ser executadas num eventual governo Temer. Entre elas, a diminuição da “máquina pesada”, através do corte no número de ministérios e na quantidade de cargos comissionados; o estabelecimento da meritocracia no governo; a retomada do desenvolvimento e geração de empregos.

“E nesta noite, que avançará madrugada a dentro, provavelmente estaremos encerrando esta sessão já com o raiar do sol. E há simbolismo nisso, porque sou daqueles que acredita que por mais longa que seja a noite, amanhecerá! O Senado Federal hoje faz Justiça ao tomar a decisão de afastar temporariamente a presidente Dilma Rousseff de suas funções de presidente. Mais do que qualquer outra coisa, o Senado Federal fará Justiça à luz da Constituição, em respeito à nossa legislação, votando sim ao relatório do senador Antonio Anastasia”, concluiu.