Futebol

Casemiro revela ajuda de C. Ronaldo e avisa: “não me contrataram à toa”

Sucesso


25/09/2013

 Oito meses depois de chegar por empréstimo para o Real Madrid B, Casemiro está em alta no clube espanhol. Agora jogador do time principal e com contrato por quatro anos, o volante curte o bom momento e faz questão de deixar para trás as desconfianças dos tempos de São Paulo para se firmar em um dos maiores clubes do mundo. E, para isso, conta até com o apoio do amigo Cristiano Ronaldo.

"Ele tem sido um dos meus grandes amigos no clube. O Cristiano gosta muito do Brasil e sempre se deu muito bem com os brasileiros. É um cara nota 10, que está sempre me ajudando", afirmou em entrevista ao UOL Esporte. "Sem contar que ele é um exemplo para todo mundo, chega cedo aos treinos e se dedica muito no dia a dia do clube".

Casemiro surgiu como grande revelação da base do São Paulo em 2010 e alternou bons e maus momentos com a camisa tricolor. O volante sempre foi considerado um jogador de muita técnica e futuro, porém, passava para torcedores e até dirigentes a imagem de um atleta sem comprometimento e pouco preocupado com a sua forma física.

E logo quando estava em baixa no elenco, surgiu a proposta, em janeiro, para defender o time B do Real Madrid, fato que surpreendeu a muitos. Pressionado pelo contrato de empréstimo por seis meses, Casemiro fez bons jogos pelo Castilla e ganhou moral com o então técnico do Real, José Mourinho. Em abril, estreou pelo time principal como primeiro volante e agradou torcida e treinador.

"Encarei como uma oportunidade única na minha vida. Eu sabia que não tinham me contratado à toa. Só dependia de mim, mostrar o meu futebol e do que sou capaz", disse Casemiro.

Em junho, o Real anunciou ter exercido a opção de compra e contratou o volante por 6,5 milhões de euros (R$ 17,1 milhões).

"Se eu tivesse que voltar ao São Paulo, voltaria numa boa, mas eu não ficava pensando nessas coisas. Eu vivia o dia a dia, trabalhando e batalhando como sempre fiz", lembrou o jogador.

Casemiro está bem adaptado ao clube espanhol e à cidade onde mora desde janeiro. O volante divide um apartamento próximo ao CT do Real com a noiva Anna Mariana. No tempo livre, costuma passear pelos pontos turísticos da capital e vai a restaurantes para experimentar a culinária espanhola.

Além do futebol apresentado em campo, Casemiro também ganhou moral com a torcida e companheiros por se mostrar interessado logo de cara pelos costumes locais, tanto que começou a fazer aulas de espanhol em fevereiro, mesmo sem saber se ficaria no clube depois do empréstimo. Seguro, já concede entrevistas no idioma local.

"Este é só o meu primeiro ano aqui na Espanha e já estou passando por grandes experiências, jogando com frequência na equipe, aprendendo e melhorando a cada dia", analisou.

Casemiro também está entrosado com os companheiros fora de campo. Tem como maiores amigos Morata e Nacho, também ex-companheiros de Castilla, o brasileiro Marcelo e os portugueses Cristiano Ronaldo e Pepe.

Confira abaixo outros trechos da entrevista com Casemiro:

UOL Esporte – Como você vê o seu momento atual no Real Madrid? Você se surpreendeu com o assédio que teve neste início de temporada?

Casemiro – Estou muito feliz. Este é só o meu primeiro ano aqui na Espanha e já estou passando por grandes experiências, jogando com frequência na equipe, aprendendo e melhorando a cada dia. Mas estou tranquilo, com os pés no chão e sei que preciso continuar trabalhando e batalhando diariamente para conquistar ainda mais a confiança de todos no clube. O assédio é normal, porque o Real Madrid é um clube visto por milhões de pessoas em todo o mundo.

O São Paulo vendeu bem Casemiro por R$ 17 milhões para o Real?

Sim

Hoje você disputa posição com grandes jogadores do elenco, o que você pode dar ao time e os outros não?

Eu posso falar por mim. Podem esperar muita dedicação e muito empenho dentro de campo, tanto na marcação quanto nas jogadas de ataque também, seja dando passes ou arriscando alguns chutes e cabeceios. Mas quem pode falar melhor sobre isso é o nosso treinador. É normal que um clube como o Real Madrid tenha sempre ótimas opções em todas as posições.

O José Mourinho sempre gostou muito de você e pediu a sua contratação. A saída dele te deixou preocupado?

De maneira alguma. O Mourinho sempre me elogiou, me deu a primeira chance no time principal do Real Madrid, mas, quando um clube decide contratar alguém, muitas pessoas são ouvidas para dar opiniões. Eu precisava também do aval do técnico do Castilla, dos diretores da base, dos próprios dirigentes do clube. E eu sempre ouvi elogios deles também. No período em que fiquei no Castilla, acabei agradando e consegui mostrar para todos eles que eu tinha condições de continuar no clube.

Esse seu bom momento pode ser uma resposta para aqueles que te criticavam na época do São Paulo?

Sou muito tranquilo quanto a isso. Ninguém consegue agradar a todo mundo. É normal que apareçam algumas críticas, essas coisas fazem parte do futebol mesmo. Continuei trabalhando com humildade, me dedicando nos treinos e no dia a dia do clube, sempre procurando evoluir.

Você surgiu como uma grande revelação, mas caiu de rendimento em 2012. O que aconteceu? Falaram muito que você abusava na noite, isso aconteceu?

As pessoas esquecem que o time inteiro do São Paulo caiu de rendimento em certo momento do ano, não fui só eu. Eu comecei 2012 muito bem, fazendo gols, dando assistências para os meus companheiros. Aí, quando o time cai de rendimento, é normal que apareçam várias notícias negativas, boatos, mentiras, informações desencontradas. Se eu tivesse feito alguma coisa errada, você acha que um clube sério como o São Paulo não teria me punido ou me afastado? Isso nunca aconteceu. Eu apenas perdi a posição de titular, o que é normal também em um clube com grandes jogadores. O Wellington e o Denilson terminaram o ano muito bem, ninguém questionava a titularidade deles. É claro que ficava (chateado por não jogar). Todos querem jogar, ter seu espaço. Comigo não era diferente. Mesmo assim, eu continuei batalhando nos treinos e nunca desanimei.

Você está em alta no Real Madrid, mas as chances na seleção ainda não apareceram. Acredita que possa jogar a Copa-14?

Defender a seleção brasileira e disputar uma Copa do Mundo é o sonho de todo jogador, mas no momento o meu pensamento é trabalhar firme no Real Madrid e fazer uma grande temporada pelo clube. Se eu estiver bem no clube, aí sim poderá surgir uma oportunidade na Seleção. Mas primeiro tenho que continuar fazendo um bom trabalho aqui.

Como você tem visto a situação difícil do São Paulo, que luta para se afastar da zona de rebaixamento?

Casemiro – Quando dá, acompanho alguns jogos e fico torcendo pelos amigos que ainda estão na equipe. Joguei por mais de dez anos no São Paulo e todos sabem do carinho que tenho pelo clube. Felizmente, nesses últimos jogos, a equipe está reagindo. Torço para que continue dessa forma.

Queria estar no time para ajudar?

 Agora estou em outro clube, não posso falar uma coisa dessas. O São Paulo tem grandes jogadores e eles têm totais condições de ajudar o time a sair dessa situação.



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