Política

Carvalho diz que deixará ministério para presidir conselho do Sesi


18/12/2014

Após atuar 12 anos no Palácio do Planalto – os últimos quatro anos no comando da Secretaria-Geral da Presidência –, o ministro Gilberto Carvalho informou nesta quinta-feira (18) que deixará o governo em 31 de dezembro para presidir, a partir de fevereiro de 2015, o Conselho de Administração do Serviço Social da Indústria (Sesi). O ministro disse que sai da Esplanada dos Ministério com a sensação de “dever cumprido”.

Em um café da manhã com jornalistas no Planalto, Carvalho também anunciou que o atual ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto – que foi um dos coordenadores políticos da campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição – irá substitui-lo na Secretaria-Geral. Segundo o ministro, a transição entre ele e Rossetto já está em andamento.

Carvalho disse ainda estar “muito feliz” com a escolha de Rossetto para a Secretaria-Geral, pasta responsável pela interlocução entre o governo federal com os movimentos sociais. O ministro, que é um dos fundadores do PT, lembrou nesta quinta, durante o encontro com jornalistas, que mantém uma amizade com Miguel Rossetto desde o início da década de 1980, quando os dois estiveram em três países europeus para participar de um “intercâmbio sindical”.

“Estou fazendo a transição com o Rossetto e está indo muito bem. Ele é meu amigo. […] É uma relação maravilhosa, estou muito feliz de ter o Rossetto como meu sucessor. Ele tem toda a condição não só de dar conta, mas também de ampliar ainda mais o trabalho da Secretaria-Geral”, enfatizou.

Ao longo dos oito anos em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva governou o país, Gilberto Carvalho trabalhou como chefe de gabinete do petista. Em 2011, por indicação de Lula, a presidente Dilma Rousseff convidou Carvalho a permanecer no Executivo para comandar a Secretaria-Geral.

Apelidado de “Gilbertinho” por Lula, Carvalho ficou encarregado durante o primeiro mandato de Dilma em fazer a "ponte" entre o governo e os movimentos sociais. Em junho de 2013, em meio à onda de manifestações que tomou conta das ruas do país, o titular da Secretaria-Geral foi o principal interlocutor do Planalto com os líderes dos protestos.

Nos últimos quatro anos, Gilberto Carvalho também comandou a Secretaria de Administração Pública da Presidência, responsável pela administração do prédio Palácio do Planalto. Por esse motivo, ele ficou conhecido na sede do Executivo como “síndico”.

Diferentemente de seu antecessor na Secretaria-Geral, o ex-ministro Luiz Dulci (que atualmente integra a diretoria do Instituto Lula), Gilberto Carvalho tem o costume de falar com a imprensa em eventos públicos. Com perfil mais reservado, Dulci evitava a imprensa.

Festa para Dilma

Gilberto Carvalho informou aos repórteres que atuam na cobertura diária do Palácio do Planalto que o PT está organizando, em parceria com movimentos sociais, uma festa no dia 1º de janeiro, em Brasília, para celebrar a posse de Dilma para o segundo mandato. A expectativa dos dirigentes petista, ressaltou o ministro, é que milhares de pessoas participem da comemoração.

Segundo Carvalho, artistas como o cantor Chico César se apresentarão em um palco que será montado na Praça dos Três Poderes – localizada entre o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. Os shows, informou Carvalho, terão início antes da cerimônia de posse e se estenderão após a conclusão da série de solenidades prevista para marcar a posse da presidente reeleita, entre os quais desfile de Dilma em carro aberto pelo Eixo Monumental, avenida que concentra os principais prédios públicos da capital federal.

Por conta da série de manifestações que tem questionado o resultado da eleição presidencial de outubro, Carvalho argumentou que os militantes favoráveis a Dilma devem comparecer à posse de Dilma para mostrar que ela tem “legitimidade popular” para governar o país.

“Nós estamos procurando fazer da posse um grande momento de agradecimento à militância pelo empenho na campanha, um reconhecimento. […] O PT, com nosso apoio e diálogo, está fazendo um grande movimento para trazer um grande número de militantes para a posse”, disse o ministro.

“Achamos que se nós botarmos só 10 mil [pessoas] aqui na praça [dos Três Poderes], será um convite para que o outro lado [oposição] faça uma provocação. E se colocarmos bem mais gente que isso, duvido que alguém vai querer fazer provocação. A ideia é fazer da posse um apoio forte à presidenta, para que ela sinta que tem o apoio popular e para que ela se sinta respaldada para fazer as mudanças que quiser fazer. Ao mesmo tempo, para que o país veja que ela tem legitimidade popular”, completou.



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