Política

Cartaxo e coordenador do SAMU rebatem diretor do Trauma; “acusação sem provas”

Polêmica das macas


13/10/2015

{arquivo}O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSD), saiu em defesa de servidores do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) da Capital, no final da tarde desta segunda-feira (12). Ele rebateu as insinuações do diretor do Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena (HETSHL), Edvan Benevides, que afirmou que os profissionais do Samu estariam agindo de má-fé ao permanecerem na entrada da instituição sem que estivessem com macas retidas dentro da unidade hospitalar.

Em entrevista concedida à imprensa, Luciano Cartaxo lamentou o posicionamento do diretor, e disse que ele teria feito uma acusação séria sem apresentar provas. “O Samu é uma instituição de muita credibilidade no Brasil inteiro, que tem o aval da população, que faz um trabalho sério e dedicado, salvando vidas durante 24 horas por dia. A população conhece quem é que está com a verdade em um processo como esse”, disse.

E Cartaxo complementou: “Lamento que uma pessoa possa fazer acusações sem o mínimo de provas contra uma instituição de tamanha credibilidade como é o Samu”.

Pego de surpresa
O atual coordenador do Samu em João Pessoa, Márcio Gomes, falou que foi pego de surpresa com a denúncia feita por Edvan Benevides. Em entrevista a Rádio Arapuan FM, ele negou a existência de qualquer tipo de orientação aos funcionários no intuito de prejudicar o Hospital de Trauma. “Estou no Samu há 11 anos e, estou coordenador-geral há um ano, faço meu trabalho com seriedade e afirmo que não existe nenhuma orientação da nossa coordenação para esse tipo de evento. Muito pelo contrário”, disse.

O coordenador afirmou que existe atualmente uma denúncia formulada pelo Samu relativa à retenção de macas no Hospital de Emergência e Trauma. A matéria está tramitando na Promotoria de Saúde do Ministério Público da Paraíba (MPPB) desde 2014. Márcio Gomes relatou ainda que as duas instituições – Samu e Hospital de Trauma – vinham realizando um trabalho em parceria, nos últimos meses, para diminuir o problema. “Tanto que ultimamente não tinha saído mais nada na imprensa sobre isso, não havendo prejuízos no serviço”, disse.

“O que aconteceu foi que nos últimos dias a retenção de macas ficou muito séria para uma cidade grande como a nossa, atrapalhando o trabalho de uma forma que em duas ocasiões o Samu caiu completamente, prejudicando não só a unidade de João Pessoa, mas também de municípios vizinhos”, complementou.

O coordenador relatou que alguns pacientes prejudicados pela falta do serviço, realizaram boletins de ocorrência contra o Samu. “Todas essas provas também foram encaminhadas a Promotoria da Saúde. É bom que fique claro que, em nenhum momento, fizemos qualquer tipo de denúncia. Essa denúncia partiu de lá [do Hospital de Trauma”, afirmou.

"Portas abertas"
Por fim, o coordenador-geral do Samu garantiu que após o episódio, vai orientar os motoristas das ambulâncias a permanecerem com as portas abertas no Trauma e nos demais hospitais até que as macas retidas sejam devolvidas.
“As ambulâncias que por ventura estiverem aguardando macas, irão abrir as portas e permanecer com elas abertas para que a população, os jornalistas, ou quem se interessar possa ver que elas estão lá, paradas, por estarem sem macas em seu interior”, disse.

Entenda
O diretor do Hospital de Emergência e Trauma denunciou via redes sociais on-line, na tarde de segunda-feira (12), que equipes do Samu estariam estacionando viaturas em frente ao hospital mesmo sem as macas estarem retidas. Segundo ele, integrantes das equipes estariam “batendo papo” nos corredores do Hospital enquanto deveriam estar nas bases de atendimento do serviço pela capital.

“Ontem à noite (11/10/15) por volta das 22:00h estive no Trauma JP e presenciei algo que causa revolta. ZERO macas do SAMU retidas no Trauma de JP. Ainda assim várias viaturas estacionadas com equipes literalmente batendo papo na porta do Hospital”, disse.

O diretor, então, revelou ter feito contato com Coordenação do Samu, mas nada foi resolvido. “Agora: (12/10/2015) 13:44h novamente ocorre a ‘estratégia’. Zero macas do SAMU retidas no Hosp de Trauma e Ambulâncias no estacionamento”, denunciou.

Edvan prometeu acionar o Samu no Ministério Público por “uso de um equipamento público de tamanha importância por má-fé visando as barganhas não muito republicanas e soberanas”.


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