O deputado estadual Luciano Cartaxo (PT) afirmou que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), precisa promover alterações na estrutura do seu governo, mesmo que isso cause qualquer tipo de dissabor com membros do Congresso Nacional. Durante entrevista concedida à Rádio Arapuan, o parlamentar falou sobre o processo interno do que o PT está vivenciando atualmente e também apresentou sua visão do papel que entende que cabe à legenda na política local.

Cartaxo criticou como o PT tem sido construído na Paraíba em comparação a outros estados da região Nordeste. Segundo o deputado estadual, é preciso repensar a forma que as dirigências partidárias tem conduzido a sigla no estado. O parlamentar lembrou que no Ceará e no Rio Grande do Norte o partido conseguiu se colocar em posição de comandar o Poder Executivo local, enquanto segundo ele, na Paraíba as lideranças estariam sendo diminuídas pelas ações dos representantes dos diretórios.

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Migração partidária

Cartaxo negou que esteja articulando uma saída do Partido dos Trabalhadores. Segundo o deputado, em conversas recentes com as suas bases se reafirmou o desejo de permanecer na legenda e de compor junto ao partido do presidente Lula. Questionado sobre diálogos recentes com o presidente estadual do Republicanos na Paraíba, Cartaxo lembrou que além de dirigente de um partido aliado, Hugo Motta também é o presidente da Câmara dos Deputados, o que torna vital que todos os políticos do estado estabeleçam diálogo com ele afim de garantirem a defesa de pautas locais no congresso.

Candidatura própria

“Estamos vivenciando um momento em que o PT não é chamado para conversar”, afirmou Cartaxo. Segundo o parlamentar, ao contrário de outras legendas que se puseram em posição de cobrarem espaço em chapas majoritárias, às vezes mais de um espaço na composição dos cargos de governador, vice e senadores, enquanto os petistas não são chamados para a discussão.

Cartaxo indicou que esta dificuldade de demonstrar representatividade ao nível estadual seria fruto de uma postura assumida por algumas lideranças partidárias que deram mais atenção ao debate interno do que ao diálogo com a população. “A gente tem que construir lideranças no partido para quando chegar num momento como esse ter força e liderança local”, definiu.