Paraíba

Carmélio Reynaldo lembra programa com Cristovam na Rádio Universitária

HOMENAGEM


09/04/2017



 O professor universitário Carmélio Reynaldo homenageou o amigo, o humorista Cristovam Tadeu, falecido neste sábado (8), e relembrou a época em que trabalharam juntos no programa Classe X, da extinta Rádio Universitária.

 A realização do humorístico, expôs o talento de Cristovam aos seus ouvintes, e ainda fortaleceu a amizade dos companheiros, que perdurou até a atualidade.

Confira o relato de Carmélio:

 Uma das coisas mais gratificantes que fiz na minha vida foi o programa Classe X, na extinta Rádio Universitária. Era no horário alternativo das 19 às 22h30 do domingo, concorrendo com o Fantástico e Sílvio Santos nas TVs da cidade. Esse programa tinha um coração e uma mente que o moviam: Cristovam Tadeu. Muito antes de TV Pirata e de Casseta e Planeta, fizemos humor por metalinguagem, inspirados da PRK 30 de Lauro Borges e Castro Barbosa, que pouco conhecíamos mas seguíamos graças ao talento imenso de Tadeu.

 De 1986 a 1988, as noites de quarta-feira eram de muita diversão enquanto gravávamos o programa contando com um elenco fantástico, quase todo recrutado por ele: Ruth Avelino, Magda Suely, Osvaldo Travassos, Nodge Filgueiras e Josinaldo Malaquias, além de colaborações eventuais como Everaldo Pontes, Luiz Antônio Mousinho, Fernando Trevas, Dinarte Varela, Carlos Anísio, Adeildo Vieira, Eric Von Sosthen, Eleonora Montenegro, João Costa, Edilson Dias…

 De radionovelas a paródia do programa de Xuxa, fizemos de tudo, inclusive com inserção de desenhos animados (sim, no rádio). Isso tudo era possível graças à capacidade de Cristovam Tadeu fazer mil vozes, tanto de pessoas conhecidas e quanto de dubladores. Ele também cantava, fazendo versões escrachadas de canções famosas, e dava vazão ao talento de publicitário, criando anúncios para os produtos mais inusitados possíveis, como a pomada para hemorroidas de jogadores de futebol que ficavam no banco, com duas opções de fragrância: macaxeira e inhame. No rádio, só não aparecia o talento do desenhista de traço marcante, autor de charges e caricaturas.

 Divertíamo-nos tanto no processo de gravação que resolvemos compartilhar esses momentos com o público. Assim, no último domingo de cada mês, passamos a fazer o programa ao vivo, direto do auditório da Reitoria (a rádio funcionava no 2º andar do prédio).

 Quando nos encontrávamos, nos divertíamos fazendo planos de lançar uma série de discos de paródias que começaria por Fino Escracho, com capa inspirada em Fina Estampa, de Caetano Veloso.

Lembro de tudo isso e sorrio. Mas nos olhos as lágrimas são de tristeza e saudade.



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