Saúde

Camisinha na 1ª vez aumenta em três vezes uso da proteção ao longo da vida

saúde


24/09/2013

Usar a camisinha na primeira relação sexual aumenta em três vezes as chances de uma pessoa utilizar a proteção ao longo da vida. O resultado foi encontrado no estudo mundial Durex Global Face of Sex, divulgado nesta segunda-feira (23) durante o 21º Congresso da Associação Mundial de Saúde Sexual, que acontece em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

A pesquisa, realizada em 37 países, incluindo o Brasil, ouviu 30 mil pessoas, entre 18 e 64 anos, para entender seu comportamento sexual no que se refere à importância da orientação e educação sobre o tema na infância e adolescência. O objetivo era descobrir as particularidades de cada país em relação ao assunto e também avaliar se a utilização da camisinha na primeira relação poderia impactar o decorrer da vida sexual do indivíduo.

No Brasil, 1004 pessoas foram ouvidas, entre homens (54%) e mulheres (46%). Além de ser o país com maior índice de pessoas que afirmaram ter usado a camisinha na sua primeira relação sexual, chegando a 66% dos entrevistados, os brasileiros também já começam a educação sexual nas escolas mais cedo, antes dos 13 anos.

Em média, crianças e adolescentes de outros países têm acesso a informações sobre sexualidade aos 14 anos. Na Índia, por exemplo, a educação sexual só começa em torno dos 16 anos.

"Não adianta começar a educação sexual depois que a iniciação já aconteceu. O ideal é preparar o jovem para a vida sexual saudável. Estudos mostram que as pessoas que iniciam a vida sexual com educação são mais seletivas e sofrem menos influência do parceiro e de terceiros", explica a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

De acordo com a Durex Face of Sex, assim como será o impulso para o sexo protegido no futuro, a orientação também terá impacto direto nas escolhas do indivíduo em relação ao uso da camisinha. Pessoas que nunca foram orientadas na adolescência, por exemplo, têm duas vezes mais chances de não utilizar o preservativo em suas relações sexuais e correm o risco de contrair DSTs e de uma gravidez indesejada.

"Os resultados também sugerem a importância da primeira vez sobre a atitude das pessoas em suas relações sexuais ao longo da vida. O que a gente observa é que as pessoas que estão em um relacionamento estável costumam usar menos o preservativo, mas é preciso ressaltar que uma relação estável nem sempre é exclusiva", completa Carmita.

O simpósio "Your Love. Your Life. Sex Education for a new generation", parte do Congresso de Associação Mundial de Saúde Sexual, discutirá a importância de uma revolução na educação sexual para estimular um comportamento responsável na vida adulta.
Ampliar

 



Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
// //