Política

Cachoeira viaja por ‘orientação médica’, diz defesa


08/01/2013



 Mesmo condenado a penas que ultrapassam 40 anos de prisão, o bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, goza de "liberdade incondicional", segundo disse ao G1 nesta terça-feira (8) o advogado dele, Nabor Bulhões. Ele se referia ao período de descanso que Cachoeira e sua mulher, Andressa Mendonça, desfrutam na Península de Maraú, no litoral da Bahia.

Cachoeira recorre em liberdade da condenação e foi solto no último dia 11 de dezembro, beneficiado por um habeas corpus. Segundo Bulhões, não foi imposta nenhuma "condição" para que ele se deslocasse em território nacional, bastando comunicação prévia à Justiça, sem necessidade de autorização.

"Com relação à condenação, ele está em ‘liberdade incondicional’, não está submetido a nenhuma condição para se deslocar. No processo, foram colocadas duas ‘condições’: que entregasse o passaporte e, em caso de deslocamento, que apenas comunicasse. Não depende de autorização, simplemente precisa comunicar e terá direito de se deslocar", disse.

"Ele está no domínio da liberdade dele, só não pode sair do país. O advogado só intervém quando há necessidade de intervenção de defesa", completou o advogado.

O casal foi fotografado neste sábado (5) na área da piscina da pousada Barra Bella, em Barra Grande mas, segundo moradores, Cachoeira e Andresssa estão hospedados num resort próximo, Kiaroa, cujas diárias variam entre R$ 1.250 e R$ 3.150 em janeiro e fevereiro.

O advogado disse ainda que a viagem ocorreu por "recomendação médica". "Estava precisando, por recomendação médica, porque passou nove meses preso, antes da condenação, privado do contato familiar, de sua mulher. Depois, chegou a ser internado, os médicos atestaram condição física e psicológica bastante debilitada", disse.
Cachoeira foi condenado em dois processos, originados das operações Monte Carlo e Saint-Michel, da Polícia Federal. No primeiro, sobre jogos ilegais, ele pegou 39 anos de prisão pelos crimes de peculato, corrupção, violação de sigilo e formação de quadrilha. No dia 11 de dezembro, conseguiu habeas corpus e foi solto, e recorre da sentença ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília.

Como o Judiciário está em recesso, não houve qualquer andamento no processo neste período e nenhuma audiência ainda foi marcada, segundo o advogado.

No segundo processo, referente a tentativa de fraudar licitação no Distrito Federal, Cachoeira foi condenado pelo Tribunal de Justiça do DF a cinco anos de prisão no regime semiaberto. Também em relação a essa condenação há um habeas corpus que lhe garante a liberdade.



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