Ao longo de toda a história da seleção italiana, nenhum outro jogador entrou tantas vezes em campo quanto o goleiro Gianluigi Buffon. Aos 36 anos, contabiliza 139 atuações pela equipe tetracampeã mundial. No Brasil, disputará a quinta Copa do Mundo da carreira, algo que apenas o mexicano Antonio Carbajal e o alemão Lottar Matthäus conseguiram até hoje.

Convocado como terceiro goleiro em 1998, conquistou a titularidade e apareceu como dono da posição a partir de 2002, no Japão e na Coreia do Sul. O melhor momento em Copas veio em quatro anos depois, quando foi um dos símbolos do tetracampeonato italiano. Mas a última participação não rende boas memórias a Buffon. Substituído logo no intervalo do jogo de estreia na África do Sul por causa das dores que sentiu no nervo ciático, não voltou mais a entrar em campo na competição e viu seus companheiros serem eliminados logo na fase de grupos.

As dores o levaram à mesa de cirurgia. "Desde então, tive entre 50 e 60 jogos por ano nas últimas três ou quatro temporadas", disse o goleiro da Juventus, comprado pelo clube de Turim em 2001 por 51 milhões de euros. "Eu estou novamente tendo atuações consistentes, o que significa que estou em ótima forma", completou.

Os acontecimentos no últimos anos mostram que Buffon tem razão ao dizer que a lesão sentida na África do Sul foi totalmente superada. Com a Juventus, ganhou o campeonato italiano nas duas últimas temporadas e está muito perto de comemorar o título pelo terceiro ano seguido. Na seleção, retomou o posto de goleiro titular assim que se recuperou e foi vice-campeão da Euro de 2012. Goza de uma confiança tão grande do treinador Cesare Prandelli que é dele a braçadeira de capitão do time.

"Estou convencido de que a personalidade dele, o carisma e o desejo que tem de ser considerado o melhor do mundo serão armas muito eficientes para a gente", disse Prandelli sobre o goleiro. "Jogando na posição que joga, ele sabe que um erro pode ser suficiente para colocar alguém no olho de um furacão", emendou.

A idade e a lesão na África do Sul não são problema para Buffon. Prestes a fazer a quinta participação em Copa do Mundo, o goleiro segue em ótima fase e espera compensar com brilho a experiência frustrante de 2010.

"Fui campeão mundial uma vez, mas não sei se existe alguma receita para ganhar novamente. O que existe ao certo é a oportunidade. Depois de 2006, não tive a chance de ser protagonista de novo, já que atuei por apenas meio jogo na última edição. Agora, eu tenho outra possibilidade. Tenho de tirar vantagem ao máximo para não encerrar a carreira com arrependimentos", declarou o goleiro.

Mas engana-se quem imagina que Buffon já pensa em parar de jogar. Nem mesmo a ideia de deixar a seleção italiana passa pela cabeça do goleiro, que não descarta jogar a Copa do Mundo de 2018, quando terá 40 anos. “Para um atleta, a resposta é sempre dada dentro de campo. Se alguém quiser tentar outras opções, aceitarei sem causar controvérsia”, afirmou o goleiro.