Economia
Brasil pode perder US$ 1,5 bilhão em exportações com a decisão de Trump de dobrar tarifas sobre aço e alumínio
04/06/2025

Reprodução
Portal WSCOM
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto nesta última terça-feira (3) que dobra as tarifas de importação do aço e alumínio, elevando de 25% para 50%. A decisão, que passa a valer hoje, traz um impacto para o Brasil, segundo maior exportador de aço para os Estados Unidos.
De acordo com dados da Agência Brasil, o país exportou 4,1 milhões de toneladas de aço e alumínio para o mercado norte-americano no ano passado. Esse aumento nas tarifas dado pelo presidente Donald Trump, estima-se uma queda de 11,27% nas exportações do Brasil para os EUA, o que representa a perda de pouco mais de US$1,5 bilhão para o Brasil.
Segundo especialistas, as empresas brasileiras com atuação no mercado internacional, como exemplo a ArcelorMittal e Ternium, podem esperar maiores impactos. Assim, companhias mais focadas no mercado exterior, como a Gerdau, Usiminas e CSN, devem enfrentar desafios por conta desse aumento nas ofertas domésticas e de uma possível queda no preço do aço no país.
O Governo brasileiro rebate
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a prioridade é dialogar com os EUA, evitando reações imediatas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou que o Brasil “não deseja conflitos”, no entanto, responderá de forma proporcional se as negociações não tomarem o rumo esperado.
Entre as decisões que estão sendo analisadas estão a abertura de uma disputa na Organização Mundial do Comércio (OMC) e na recepção de tarifas sobre produtos tecnológicos americanos, exemplo esse, os serviços prestados para empresas como o Google e a Meta.
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Entre as possíveis medidas em estudo estão a abertura de uma disputa na Organização Mundial do Comércio (OMC) e a adoção de tarifas sobre produtos tecnológicos norte-americanos, como serviços prestados por empresas, por exemplo, o Google e a Meta.
Alternativa e riscos
O setor siderúrgico brasileiro adotou alternativas para a diminuição dos impactos, como a diversificação do mercado, especialmente na China, mas especialistas reforçam a concorrência com grandes exportadores mundiais e a demanda chinesa em produtos manufaturados que podem limitar os ganhos.
No mercado internacional, a queda dos preços do aço pode ser bem vista em setores como construção civil e a indústria naval, no entanto pressiona a rentabilidade das siderúrgicas, que já são impactadas por essas margens apertadas.
O decreto unilateral dos Estados Unidos representa um novo desafio com relações comerciais bilaterais, exigindo uma estratégia coordenada entre ambos os governos e o setor privado, como forma de diminuição do impacto na economia nacional.
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