Economia
Brasil pode chegar a agosto sem resposta dos EUA, diz Haddad
21/07/2025

Fernando Haddad (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)
Brasil 247
Em meio à crescente tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (21) que o governo brasileiro ainda não recebeu qualquer resposta oficial de Washington sobre os pedidos de negociação em relação às tarifas impostas recentemente por Donald Trump a produtos brasileiros. As informações são do jornal O Globo.
De acordo com Haddad, até o momento não houve qualquer contato formal por parte do representante de negócios americano no Brasil. “A pedido do presidente Lula, desenhando os cenários possíveis, tanto da abertura de negociações por parte dos Estados Unidos, o que não aconteceu ainda, uma resposta eventual às duas cartas que nós mandamos (…), [percebemos que] há um diálogo sempre aberto com o encarregado que está no Brasil e que não procurou ainda as autoridades brasileiras para se manifestar sobre os pedidos do Brasil de resposta às proposições feitas pelo país”, declarou o ministro.
O ministro não descartou que o Brasil chegue a agosto sem qualquer resposta dos Estados Unidos. “Podemos chegar no dia 1º sem resposta? Esse é um cenário que nós não podemos, nesse momento, desconsiderar. E nós estamos considerando, inclusive, este cenário. Mas ele não é o único cenário que está sendo considerado por nós”, afirmou.
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Haddad também chamou atenção para o impacto negativo das tarifas sobre a economia americana, especialmente para os consumidores. Segundo ele, os aumentos de preços já são perceptíveis nos Estados Unidos em itens básicos de exportação brasileira. “Você tem hoje o suco de laranja mais caro nos Estados Unidos, o café mais caro nos Estados Unidos, a carne mais cara nos Estados Unidos. Uma série de coisas acontecendo, tem embarques dos Estados Unidos para o Brasil, que também estão suspensos”, explicou.
O ministro destacou ainda que a medida tarifária afeta cadeias produtivas bilaterais, citando o setor aeronáutico como exemplo. “Quando se fala da Embraer, por exemplo, 45% dos componentes dos aviões da Embraer, a origem é dos Estados Unidos da América, entende? Então, eles precisam exportar os componentes para cá, para a Embraer montar um avião e exportar para o mundo inteiro, inclusive para lá”, afirmou.
Haddad classificou a decisão de Trump como economicamente irracional e contraproducente: “Então, veja que é uma decisão tão difícil de compreender do ponto de vista da racionalidade econômica, que está encarecendo o café da manhã do americano e está inviabilizando importações brasileiras de produtos americanos”.
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