Economia & Negócios

Brasil fecha 2012 com novo recorde de vendas de veículos, diz Fenabrave


03/01/2013



 A indústria automobilística nacional fechou 2012 com mais um recorde de vendas, com o total de 3.801.859 veículos emplacados, um crescimento de 4,6% sobre 2011, que tinha o marco de 3.632.842 unidades. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (3) pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

O mês de dezembro foi “coroado” com 359.339 veículos emplacados, número que inclui automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. O segmento de motos é contado à parte.

Ao comparar com novembro (311.753 unidades), a alta no emplacamento de veículos em dezembro foi de 15,2%. Em relação ao mesmo período de 2011, que havia fechado com 348.414 unidades comercializadas, o aumento foi de 3,14%.

Para o setor, que temia queda neste ano devido às oscilações econômicas nacionais e mundiais, o resultado é uma prova de que as medidas do governo para preservar o setor deram certo. A principal foi a volta do desconto do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), determinada no fim de maio, quando os estoques de carros nos pátios e lojas atingiram altos níveis. A medida acabou prorrogada até julho de 2013.

Antes disso, para que os benefícios não ajudassem empresas ou fábricas fora do país (mais competitivas), o governo barrou a "invasão" de carros "gringos". Para isso, aumentou o IPI dos importados de fora do México e do Mercosul, o que deu um "tombo" nas vendas das importadoras em 2012, e também estabeleceu limites às compras de carros do México, o que fez alguns modelos escassearem nas lojas bem antes do fim do ano.

Para impulsionar as vendas de caminhões e motocicletas, que enfrentaram um 2012 difícil, o governo criou linhas de crédito no segundo semestre, e esses setores começaram a esboçar reação nos últimos meses.
Automóveis e comerciais leves

Alvo do IPI menor, o segmento que puxou a indústria automobilística para cima foi o de automóveis e comerciais leves, que cresceu 6,1% em 2012 sobre o ano anterior, que teve 3.425.270 carros vendidos. Em 2012, o total chegou a 3.634.421 milhões de unidades, batendo o sexto recorde anual consecutivo.

O resultado superou as expectativas da federação, que tinha anunciado previsão de aumento das vendas de automóveis e comerciais leves entre 4% a 4,8%. "Estamos terminando com número bom, graças ao incentivo da redução do IPI. O resultado foi melhor do que poderíamos esperar", afirmou o presidente da Fenabrave, Flávio Meneghetti, ao anunciar os números.

No último mês do ano, as vendas de automóveis e comerciais leves somaram 343.770 unidades, volume 15,7% superior ao vendido em novembro. Com o resultado, dezembro de 2012 foi o segundo melhor para o segmento, atrás somente do de 2010. Na comparação com o mesmo período de 2011, as vendas de automóveis e comerciais leves foram 4,4% maiores.

No entanto, o "efeito IPI" deverá se enfraquecer daqui para frente: a partir deste mês de janeiro, o desconto será reduzido gradualmente até o imposto voltar ao "normal", em julho. O IPI dos carros 1.0, por exemplo, que estava zerado, agora é de 2% (veja ao lado todas as categorias).

Caminhões e ônibus
As vendas de caminhões em 2012 somaram 167.438, uma de queda de 19,3%. O mau desempenho se deveu às antecipações de vendas em 2011, antes de começar a valer a obrigatoriedade de os caminhões com motores a diesel passarem a utilizar o padrão Euro5, menos poluente, e que, segundo as montadoras, encareceu os veículos. O segmento registrou seguidas baixas nas comparações mensais, mas, no fim do ano, começou a reagir. Em dezembro, foram emplacadas 15.569 unidades, 5,55% a mais do que em novembro.

O segmento de ônibus também registrou baixa na comparação com 2011: foram 29.716 unidades emplacadas, 14,9% menos do que naquele ano. Em dezembro também houve reação: foram vendidos 3.045 ônibus, 39,1% a mais do que em novembro. "Basicamente a redução ocorreu pela antecipação de compra em 2011, devido ao Euro 5. Nos últimos 3 meses houve uma retomada, devido a liberação de crédito pelo governo", explicou o presidente da entidade.

Gol segue como carro mais vendido
O Volkswagen Gol, que passou por uma reestilização em julho, confirmou sua posição de líder de vendas no mercado brasileiro pelo 26º ano consecutivo. Foram 293.293 unidades comercializadas em 2012, pouco mais de 37,4 mil à frente do segundo colocado, o Fiat Uno, com 255.838. Vale lembrar que a Fenabrave soma das vendas do Gol G4 (Geração 4) e do Novo Gol, assim como faz com o Novo Uno e o Mille.

Em terceiro na lista dos carros mais vendidos no ano ficou o Fiat Palio, com 186.384 unidades, seguido por Volkswagen Fox/ Cross Fox (167.685), Chevrolet Celta (137.617), Fiat Strada (117.455), Ford Fiesta (113.546), Fiat Siena (103.547), Chevrolet Classic/Corsa Sedan (98.551) e Renault Sandero (98.442).

Ranking de montadoras
Por outro lado, a Volkswagen não levou a liderança ao considerar o volume total de vendas de automóveis e comerciais leves. O título ficou mais uma vez para a Fiat, que encerrou 2012 com participação de 23,6% (838.160 unidades). A Volkswagen teve fatia de 21,14% (768.338).

A General Motors fechou o ano passado a terceira maior fatia (17,68%) do mercado brasileiro (642.536). A Ford teve participação de 8,9% (323.642). Em expansão, a francesa Renault registrou 6,65% de "market share" (241.556). A japonesa Honda ficou com 13,71% (134.938), seguida de Toyota (3,13%, com 113.728 unidades), Hyundai (2,98%, com 108.351), Nissan (2,88%, com 104.791) e Citroën (2,05%, com 74.590).

Motocicletas
Calculado à parte, o segmento de motocicletas, que tem sofrido com as restrições de liberação de crédito para financiamentos, sofreu forte queda nas vendas em 2012. O ano encerrou com 1.637.481 unidades emplacadas, retração de 15,6% sobre as 1.940.533 de 2011.

Somente em dezembro, a queda chegou a 28,7% em relação ao mesmo mês de 2011. Em relação a novembro de 2012, houve, no entanto, alta de 13,31%, consequência das facilitações de crédito no mercado, especialmente para motocicletas de baixas cilindradas.

"O segmento que mais sofreu foi o de motos, fundalmentalmente por questões de crédito e renda. A expectativa de recuperação é mais pessimista, em 2013, O crédito continuará reestrito", alerta Meneghetti.

Previsões
Para o presidente da Fenabrave, os três primeiros meses serão fracos. "Mas nossa expectativa é crescer próximo à previsão do PIB previsto para 2013, de cerca de 3%."

Segundo a Fenabrave, as vendas do setor deverão crescer 2,8%, sendo que automóveis e comerciais leves devem ter alta de 3%; caminhões, 16%; ônibus, 4,1%; e motos, 1,3%.



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