Economia & Negócios

Bovespa fecha em forte queda ante reeleição de Dilma


27/10/2014



A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 2,77% nesta segunda-feira (27), após ter recuado mais de 6%, em reação à reeleição da presidente Dilma Rousseff, na véspera, por uma margem apertada.

O principal indicador da bolsa paulista encerrou o dia a 50.503 pontos, menor patamar desde o dia 15 de abril. Veja cotação.

As ações da Petrobras despencaram mais de 12%, a principal pressão negativa no índice. Veja cotação. A estatal encerrou o dia com a maior queda diária desde novembro de 2008.

Os papeis da Eletrobras tiveram a segunda maior desvalorização do dia, de 11,51%. As ações do Banco do Brasil, por sua vez, caíam 5,51%.

Uma das principais insatisfações de operadores e analistas vinha do que consideram como intervenção excessiva nas estatais que, na visão dos agentes, deve persistir com a continuidade de Dilma no Palácio do Planalto.

No caso de Petrobras, o UBS colocou a recomendação de "compra" e o preço-alvo de R$ 20 em revisão, citando incertezas relacionadas aos preços do petróleo e à taxa de câmbio, bem como ao cenário político.

"Se Dilma optar por um caminho diferente, pode conseguir acalmar o mercado. Caso insista em nomes que não são bem aceitos pelo mercado, teremos mais quatro anos extremamente ruins na economia. No primeiro momento, o mercado não irá dar o benefício da dúvida a ela", disse à Reuters o gestor de um fundo no Rio de Janeiro, pedindo para não ser identificado.

"Houve um ajuste na semana passada, mas a correção ainda deve continuar. A economia está muito mal, o quadro fiscal é péssimo e o mercado externo tem um risco crescendo, fora o risco de racionamento (de energia) no ano que vem", disse à Reuters o gestor Eduardo Roche, da Canepa Asset Management.

O analista Marco Aurélio Barbosa, da CM Capital Markets, disse em nota que há vários pontos na agenda econômica (política fiscal e monetária) e política (reforma política e combate à corrupção) que devem nortear as ações do governo nessa virada de mandato, e podem ser decisivos para o mercado financeiro.

"Se o governo agir rápido, pode retomar um certo nível de confiança reduzindo a volatilidade e abrido espaço para a retomada dos investimentos", escreveu a clientes.

O dólar também reagiu ao desfecho do segundo turno, fechando esta segunda-feira com alta de 2,68%, a R$ 2,5229.



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