Economia

Boom das corridas de rua aquece mercado esportivo e leva Strava a valer US$ 2,2 bilhões

Aplicativo Strava alcança US$ 2,2 bilhões em meio ao crescimento das corridas de rua, que aquecem o mercado com eventos, assessorias e equipamentos.


28/05/2025

(Foto: Sérgio Lucena)

Anna Barros



As corridas de rua estão virando um verdadeiro fenômeno nos parques, orlas e até mesmo nos asfaltos de todo o Brasil. Um reflexo desse crescimento foi o anúncio da nova avaliação do aplicativo Strava – utilizado pelos atletas para marcação de corrida e outros exercícios físicos. No início desta semana, após uma nova rodada de investimentos, foi avaliada em U$ 2,2 bilhões, incluindo dívidas.

Siga o canal do WSCOM no Whatsapp.

A informação foi divulgada pelo CEO da empresa, Mike Martin. A última rodada de financiamento do Strava aconteceu em 2020, quando foi avaliada em cerca de U$ 1,5 bilhão.

Embora tenha sido fundada em 2009, o app teve o seu primeiro boom durante a pandemia de covid-19, quando os exercícios ao ar livre se tornaram a melhor opção em meio ao colapso sanitário.

O segundo crescimento exponencial do esporte, assim como do app, aconteceu no ano passado. O crescimento de novos usuários do aplicativo superou os 50% e, de acordo com informações do jornal The Wall Street Journal, a receita anual deve atingir U$ 500 milhões.

No Brasil, no mesmo ano, mais de 2,8 mil eventos de corridas de rua foram realizados, de acordo com um levantamento da Associação Brasileira de Organizadores de Corridas de Rua e Esportes Outdoor e da agência de Relações Públicas Esporte & Negócio. Esse crescimento reflete um aumento de 29% em comparação a 2023.

Paixão pelo esporte

De acordo com o Relatório Anual sobre Tendências de Esporte do Strava, divulgado em dezembro, a corrida foi o esporte mais praticado em 2024. O levantamento também apontou que o Brasil, com mais de 19 milhões de atletas, possui o segundo maior número em relação a outros países.

Jamile Chaves é uma dessas pessoas que se tornaram apaixonadas pela corrida. Com 14 anos, a atleta correu pela primeira vez em uma corrida de rua dos Carteiros em 2009. Atualmente, Jamile já soma quase 10 anos como aluna de uma assessoria especializada em desempenho no esporte, a Fit Runners, que atende entusiastas do esporte em João Pessoa.

Jamile Chaves durante uma prova de corrida
Jamile Chaves durante uma prova de corrida (Foto: Reprodução / Redes Sociais)

Com tantos anos no esporte, a atleta percebeu o crescimento não somente dos número de novos atletas, como também do mercado. “Aumentou muito, hoje temos praticamente todo final de semana uma corrida de rua estimulando o início da atividade física”, disse.

“No ano de 2017, quando eu comecei a correr com o acompanhamento de uma assessoria, tínhamos algumas corridas ao longo do ano e o mercado de assessorias específicas para acompanhar corredores já era bem movimentado. Hoje o mercado está muito mais amplo e sedimentado. Tanto que todos os dias podemos observar a quantidade de assessorias espalhadas pela orla”, continuou.

O mercado envolto neste esporte vai além dos eventos de corrida e assessorias de treino. Jamile, por exemplo, afirma que possui um investimento mensal de R$1.500 na corrida. E esse gasto é distribuído em diversos segmentos.

“[Já investi em] tênis com placa de carbono, bermuda de compressão, suplementos prescritos por uma nutróloga, fisioterapia semanal para liberação miofascial, inscrições em provas de corrida, viagens para correr maratona, assessoria de corrida e academia”, contou a atleta.

Esse leque de possibilidades demonstra como a corrida, além de movimentar as ruas e a saúde dos brasileiros, também é um segmento que aquece a economia nacional.



Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.