Justiça

Bolsonaro pressiona ministro Raul Araújo a pedir vista em julgamento no TSE

Adiamento do julgamento “é bom porque ajuda a gente a clarear os fatos”, afirmou Bolsonaro. Informações dão conta de que o julgamento avançará sem pedidos de vista


23/06/2023

Raul Araújo (Foto: Alejandro Zambrana/Secom/TSE)

Brasil 247

 

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a perspectiva de um pedido de vista no julgamento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que poderá resultar em sua inelegibilidade, é “positiva”. Segundo o UOL, o ex-mandatário elogiou o ministro Raul Araújo, do TSE, e considerou a possibilidade de o ministro solicitar vista (pedido de mais tempo para analisar o caso), atrasando, assim, o andamento do caso. A declaração foi feita em uma entrevista à Rádio Gaúcha Atualidade.

No TSE, os ministros mais alinhados a Bolsonaro são Nunes Marques e Raul Araújo. No passado, ambos proferiram decisões favoráveis a ele e, agora, a expectativa entre os bolsonaristas é de que ao menos um deles solicite vista do processo e suspenda o julgamento – Nunes Marques já deu sinais de que não agirá conforme espera Bolsonaro. Contudo, informações dão conta de que há um acordo firmado no TSE para impedir que o julgamento de Bolsonaro seja adiado.

Caso a suspensão ocorra, será temporária. De acordo com as novas diretrizes do TSE, o processo deve ser devolvido em até 60 dias, caso contrário, será automaticamente incluído na pauta de julgamentos.

Ainda segundo a reportagem, Bolsonaro também enfatizou que não deseja discutir a possibilidade de tornar-se inelegível. “Enquanto minhas condições físicas e mentais permitirem, continuarei atuando na política. Até lá, quero continuar contribuindo para o progresso do Brasil”, disse

O julgamento de Bolsonaro no TSE está suspenso até a próxima terça-feira (27), quando será retomado. A decisão foi tomada pelo presidente da Corte Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes, após uma negociação interna para evitar pedidos de vista e o consequente adiamento do julgamento.

Na sessão da quinta-feira (22), o Ministério Público Eleitoral (MPE) argumentou que a reunião com os embaixadores foi uma “manobra eleitoreira” e defendeu a inelegibilidade de Bolsonaro.

Caso seja condenado por abuso de poder político em uma reunião com embaixadores em 2022, quando, sem apresentar provas, atacou o sistema eleitoral brasileiro, ele se tornará inelegível por oito anos.



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