Política

“Bolsonaro é carta fora do baralho”, diz Simone Tebet

Ministra afirma que ex-presidente deve ser punido por tentativa de golpe, exalta a democracia e destaca os avanços econômicos do governo Lula


30/03/2025

Simone Tebet (Foto: Internet/Reprodução)

Brasil 247

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, declarou que o ex-presidente Jair Bolsonaro está politicamente fora do jogo e deve ser responsabilizado pela tentativa de golpe de Estado. As declarações foram feitas em entrevista publicada no canal Cortes 247, no YouTube, na qual Tebet defendeu a democracia como fundamento da vida política brasileira e apontou que o país vive um momento de recuperação econômica consistente sob o governo Lula.

Bolsonaro é carta fora do baralho, não só porque acredito que vá sofrer as penalidades da lei, mas também porque a sociedade hoje está cansada dessa polarização”, afirmou a ministra, lembrando que acompanhou de perto a CPI da Covid e viu o impacto das decisões do governo anterior. “O povo percebeu o que ele fez no verão passado”, ironizou, ao comentar o atraso na compra de vacinas que resultou na morte de milhares de brasileiros.

Tebet destacou sua trajetória de defesa da democracia, lembrando que nasceu em um ambiente político onde esse valor sempre foi central. “Sem democracia, eu não estaria aqui falando o que estou falando, nem você teria o direito de fazer essas perguntas sem sair daqui algemado”, disse. Ela alertou para a importância de educar as novas gerações sobre os perigos do autoritarismo: “Há jovens que não viveram esse período e acham que democracia é algo distante, mas é a base de tudo.”

A ministra elogiou o desempenho da economia brasileira sob o governo atual, apesar de reconhecer desafios como a inflação e a segurança pública. “O Brasil está dando certo. Fala alguém que não é do PT, que é de centro, da frente ampla. Eu dialogo com a esquerda e com a direita”, afirmou. Segundo ela, a retomada do crescimento com dois anos consecutivos acima de 3% do PIB, a geração de empregos, o aumento real do salário mínimo e a aprovação da reforma tributária são sinais de avanço concreto.

Nunca tivemos tantos jovens e mulheres no mercado de trabalho. A massa salarial está crescendo, e saímos novamente do mapa da fome”, celebrou. Para ela, a reforma tributária poderá, a partir de 2027, impulsionar o crescimento anual do PIB em quase 1%, apenas com seus efeitos estruturais.

Tebet também fez um apelo por responsabilidade fiscal, afirmando que há espaço para cortes sem afetar direitos sociais: “Precisamos fazer ajustes mais robustos no futuro, sem tirar direito de ninguém. Tem muita gordura para cortar. Mas para isso precisamos do Congresso Nacional”, pontuou. Ela reconheceu, no entanto, que o cenário pré-eleitoral pode dificultar a aprovação de reformas mais profundas até 2026.



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