Economia & Negócios

Bolsa brasileira segue mau humor externo e cai; dólar avança mais de 0,4%

Bolsa


23/05/2013



 A quinta-feira (23) é marcada pela queda generalizada nas Bolsas globais, após a indústria chinesa encolher pela primeira vez em sete meses e com os investidores ainda preocupados com estímulos econômicos nos EUA, o que ofuscou a notícia de que o desemprego no Brasil ficou em seu menor nível em abril desde 2002.

Com isso, o principal índice de ações da Bolsa brasileira, o Ibovespa, registrava forte perda de 1,26% às 12h46 (horário de Brasília), para 55.714 pontos. Ontem o índice fechou em sua quarta alta consecutiva, somando ganho de 2,99% no período.

Na China, a leitura preliminar do PMI (Índice de Gerentes de Compras) –termômetro do nível da atividade indústrial– calculado pelo HSBC para maio caiu para 49,6, indo abaixo a marca de 50 que separa crescimento de contração pela primeira vez desde outubro.

Já o PMI da zona do euro revelou que a contração na atividade empresarial na região melhorou ligeiramente neste mês, embora a escassez de novas encomendas signifique que a economia do bloco deve registrar nova queda no segundo trimestre.

Por aqui, após ter atingido o menor percentual para o mês de março em 11 anos, a taxa de desemprego manteve-se em patamar baixo em abril, de 5,8%, e foi novamente um recorde para o mês desde o início da série do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2002.

Investidores também receberam negativamente o corte nas estimativas do JP Morgan para o crescimento da economia brasileira em 2014, que passaram de um avanço de 4% para 3,5%.

Nos EUA, o número de novos pedidos de auxílio-desemprego caiu mais que o esperado na semana passada, apontando para resiliência no mercado de trabalho americano. Contudo, a expansão da indústria no país desacelerou pelo segundo mês consecutivo em maio, para a taxa mais lenta desde outubro, mostrou o PMI.

"Todos esses indicadores negativos no exterior, principalmente na China, evidenciam um menor ritmo de crescimento global. Isso se traduz em menor demanda por matérias-primas (commodities) produzidas no Brasil, o que derruba as ações das empresas liagadas a estes produtos na BM&FBovespa", explica Pedro Galdi, da SLW Corretora.

Às 12h41, os papéis que tinham as maiores desvalorizações no Ibovespa eram todos de empresas ligadas às commodities (metérias-primas). Entre eles estavam os mais negociados de Petrobras (-1%, R$ 19,72) e Vale (-2,55%, R$ 30,15).

DÓLAR

A queda generalizada nas Bolsas internacionais aumentou a procura dos investidores por aplicações consideradas mais seguras, como o dólar.

Como resultado, a moeda americana apresenta alta nesta quinta-feira e acende um sinal amarelo no mercado, que monitora uma possível intervenção do Banco Central no câmbio a fim de evitar que uma supervalorização possa prejudicar a inflação no país.

Às 12h48 (horário de Brasília), o dólar à vista –referência para as negociações no mercado financeiro– tinha avanço de 0,43%, cotado a R$ 2,055 na venda. No mesmo horário, o dólar comercial –utilizado no comércio exterior– subia 0,29%, para R$ 2,056.



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