Em sua nova coluna publicada na tarde desta terça-feira (31), o jornalista e analisa político Walter Santos avaliou como as imagens públicas de Raimundo Lira e Cássio Cunha Lima podem ser afeta-das por Eunício de Oliveira (PMDB-CE), constantemente citado nas delações e listas da Lava Jato. Cássio deve ser o vice-presidente do Senado na gestão e, Lira, presidente da Comissão de Consti-tuição e Justiça.

Segundo Walter, estarem na mesma diretoria de Eunício faz com que os mesmos sejam vistos como “cúmplices” e “avalistas” do mesmo.

Leia na íntegra:

De uns tempos para cá, o rigor excessivo dos vários setores da Sociedade, entre eles o da classe política, entrou em marcha à ré, ou seja, sem muita gente se importando a cobrar ética e atitude decente no exercício da atividade política.

Esta é a síntese que bem pode ser aplicada, sem tirar nem pôr, ao momento vivido pelo Senado Fe-deral, onde o principal nome a ocupar futuramente a Presidência da Casa, Eunício Oliveira, tem sido fartamente acusado de desvios de recursos e de conduta, conforme Delação.

EUNÍCIO NA DELAÇÃO

Brasília vive a fase de maior consumo por metro quadrado de remédios para acudir os nervos em brasa de muita gente importante da cena nacional, que não só a classe política, mas também os Tribunais Superiores, o MPF, etc – todos arrolados em citações nas delações da Odebrecht, agora sob sigilo, porque há muitas bombas a estourar.

Neste contexto, apesar dos desmentidos, está o senador Eunício de Oliveira – nome de trânsito fácil nos bastidores, mas nem por isso fora das acusações de Corrupção ativa no exercício do Poder. As Delações da Odebrecht pega ele em cheio.

E é para ficar assim, sem reação à altura?

CÁSSIO E LIRA ENDOSSAM A FASE

Sem que se faça qualquer juízo de valor precipitado, até porque todos são inocentes até prova em contrário, os senadores Raimundo Lira e Cássio Cunha Lima sem que dimensionem o tamanho da decisão particular de apoio a Eunício, eles passam a ser cúmplices de todas os efeitos das situações bombásticas que se façam existir em torno do cearense de agora em diante.

Eles, no caso Cássio se introduz como vice-presidente de Eunicio e Lira na condição de presidente da Comissão de Constituição e Justiça, qualquer das situações eles passam a ser cúmplices e avalistas do senador cearense.

A não ser que, Cássio, por exemplo permita raciocinar que, numa hipótese de afastamento de Eunício com as delações em curso possa ser o eventual substituto. Esta seria a causa/ justificativa para estar onde está, mas que gera cumplicidade sem dúvidas.

ÉTICA COMO ELEMENTO DE LUXO

Trocando em miúdos, em situações anteriores parecidas com a de Eunício, certamente ele estaria fora do páreo, já substituído por alguém de referência.

Como isso não acontece, até com o PT fortalecendo o senador cearense, então está explicado por que tudo está tão cinza que só João Dória é capaz de entender e se posicionar na outra esfera do jogo, do que exige a sociedade.

Em síntese, Cássio e Lira sabem do que fazem e podem um dia ter de responder por esta opção.