Política

Blog de WS explica como PB trata Impeachment de Temer diante de Mariz com Collor

ANÁLISE


28/05/2017

O jornalista e analista político Walter Santos faz, neste domingo (28), análise comparativa entre situações de impeachment na história do Brasil e Paraíba. Ele comenta as situações de comportamento dos representantes do estado nos impeachments nos Governos Collor e Temer.

Leia a análise:

"Impeachment de Temer: como a PB se comporta Vs a postura de Mariz em Collor

A Paraiba velha de guerra está diante de outro momento histórico frente aos inúmeros pedidos de Impeachment do presidente Michel Temer tendo como Fator Determinante o envolvimento do Chefe do Executivo com negociata gravada pelo empresário Wesley El Capone Batista para pagar Propina e garantir o silêncio de Eduardo Cunha, operador de esquema de desvio de recursos. Os dados da atualidade, contudo, precisam ser comparados à postura do ex-senador imortal paraibano Antonio Mariz como relator do Impeachment de Collor, em 1992.

O papel da Paraiba se volta na conjuntura para a posição do senador José Maranhão, presidente do PMDB estadual, chamado ao Palácio do Planalto para validar o mandato de Temer, acusado de envolvimento com propinas delatadas por empresários. São várias as delações implicando o presidente.

Com Maranhão, o senador Raimundo Lira também se colocou solidário a Temer. Ou seja, de toda a representação do Estado da Paraiba – todos os três senadores, incluindo Cássio, dão aval público ao presidente.

Antes de juizo de valor sobre a postura dos senadores, leve-se em conta a decisão do Ministério Público Federal de pedir a inclusão de Temer nas investigações, ao concluir que há indicios fortes contra o presidente através de gravações.

MARIZ, O CASO COLLOR E A PARAIBA

Em 1992, quando estourou a crise e denúncia de escândalo de corrupção contra o Governo Collor, a Paraiba era representada no Senado por Humberto Lucena, presidente do Congresso Nacional, Raimundo Lira – presidente da Comissão de Assuntos Econômicos – ambos eleitos em 1986, e Antonio Mariz – vitorioso em 2010 contra Marcondes Gadelha.

Admitido o processo de Impeachment na Câmara Federal, eis que após a aprovação tudo se voltou para o Senado com Antonio Mariz escolhido relator do processo.

Formado em Direito e ex-promotor, Mariz se cercou de diversos juristas, mandou comprar nos EUA o livro sobre o Caso Watergate contra Richard Nixon e pôs em execução um arrastado processo assegurando amplo Direito de Defesa.

Trato do assunto, aliás, como então assessor de Comunicação do senador.

O relator não usou de conceitos ideológicos nem de interferência partidária, tanto que a motivação e parecer fibal se deram em cima de provas levantadas, apenas e só provas construidas pela CPI, onde o Caso do carro Elba de configurou em fichinha, como de diz lá na Torre.

Mariz recebeu muitas ameaças, mas não arrendou o pé da legalidade, do Direito liquido e certo para todos, nem por isso deixou de ser implacável propondo o afastamento de Collor com base em provas.

Diante destes fatos incontestaveis, a Paraiba e o Senado haverão de fazer juizo de valor entre Mariz e os senadores de agora pela postura de cada um deles.

E não precisa ninguém sofrer influência, é só comparar. "



Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
// //