O novo texto do Blog de Walter Santos faz uma reflexão contemporânea sobre a cidade de Campina Grande no dia de seu aniversário abordando a ousadia campinense e a realidade atual. O que há de protagonismo hoje em CG? – indaga o analista ainda abordando os governos Ricardo Coutinho e Romero Rodrigues na conjuntura do município.

Eis o texto na íntegra, a seguir:

Campina diante do aniversário: essência versus influência política frente ao futuro

2017 expõe Campina Grande em sua inteireza como lugar muito importante de referência histórica a merecer uma reflexão mais profunda sobre o significado da Política e seus efeitos nos rumos da cidade de gente especial. Neste particular, qual a avaliação sensata sobre os efeitos das ações do governador Ricardo Coutinho e do prefeito Romero Rodrigues afetando a vida das pessoas para melhor?

Estamos evoluindo ou não no protagonismo histórico da cidade? O revezamento (?) Político do lugar atende a expectativa e grandiosidade carimbada pelo município de vanguardas? Como entender sociologicamente o processo político continuado de domínio, onde a força de Famílias é real tanto quanto a sensação de lugar comum diferente da pujança famosa?

LONGE DAS TESES, A PRÁTICA

2017 revela a cidade com uma boa gestão do prefeito Romero Rodrigues produzindo ações pontuais relevantes, como o projeto em torno de Aloysio Campos, os conjuntos habitacionais, etc,algo que pontua a administração sem ser considerada ruim, mas qual o protagonismo e diferencial ela apresenta na comparação com ápices históricos para ser muito além do comum e esperado ?

Reflitamos este questionamento diante da fama real que Campina tem por ser Polo Tecnológico referenciado, algo que a cidade deve ao professor Lynaldo Cavalcanti e até hoje nunca prestou homenagem do tamanho do grande filho. Registre-se a lembrança de Veneziano Vital, mesmo assim Lynaldo é 10 vezes maior.

Voltando à reflexão, Campina Grande é referência tecnológica até fora do Pais mas, qual a ação estratégica continuada em alguns dos serviços básicos – transporte, saúde , educação, etc – tem sido posta em prática para benefício real da coletividade ? Quais os softwares, hardwares, etc produzidos pela inteligência existente nos campi campinenses transformados em mudanças qualificadas em prol da seus habitantes?

COMPARANDO COM A HISTÓRIA

Para entender e compreender melhor comparemos, por exemplo, com a invenção campinense de fundar primeiro que João Pessoa a Telingra – ação concreta da telecomunicação moderna de efeito social, da mesma forma a Senecap – empresa de distribuição de água depois incorporada à CAGEPA.

Edvaldo do Ó foi o responsável pelas inovações que fizeram em Campina a primeira Bolsa de Valores que João Pessoa nunca teve para negociar algodão, grãos, etc com pioneirismo sem igual. Aliás, ele é outro campinense sem a valorização histórica do que fizera por Campina.

O protagonismo de Campina teve reconhecimento estrangeiro por ser grande exportador de Algodão para a Inglaterra – algo que seu comércio famoso de uns tempos para cá não tem o mesmo tamanho e repercussão.

O que houve para essa retração? A presença de Campina no Poder Central – em especial do Governo do Estado – ajudou ou não a cidade a ser maior? É evidente que várias ações foram feitas, mas do tamanho da invenção e protagonismo campinense?

Um dado importante: mesmo com fama tecnológica, Campina tem menos empresas em ação do que João Pessoa, por exemplo.

O GOVERNO E OS GOVERNADORES

Só para ficar na História Recente, de 1982 – a retomada das eleições diretas, ou seja, de Wilson Braga até os dias de hoje com o governador Ricardo Coutinho, que avanços extraordinários se apresentam?

É preciso, antes de tudo, abrigar como premissa recente avaliação de revista nacional, segundo a qual Campina é uma das melhores cidades de se viver, pois se trata de elemento importante.

Neste diapasão, Ronaldo Cunha Lima e seu filho Cássio ocuparam o Poder em 1990, 2000 e 2006 prestigiando Campina sem dúvidas alguma – algo que fazia João Pessoa perder o protagonismo de preferência até.

Mas, o domínio político e a força familiar neste processo fez de Campina um lugar em que quem fosse de fora precisaria pedir permissão sob pena de boicote , algo que João Pessoa não se importa adotar.

José Maranhão e Tarcísio Burity sabem disso na pele com tantas crises politicas em face de resistência à subordinação política. Foram muitos os casos graves, entre eles o Campestre.

CAMPINA E RICARDO

É certo que nesse processo um caso "Sui generis" aconteceu. Foi Cássio quem apresentou Ricardo Coutinho ao eleitorado campinense e tempos depois, como se dá na atualidade, Ricardo tomou asas próprias e passou a percorrer ruas e lugares da cidade como jamais se imaginaria, mesmo com artilharia acirrada dos Cunha Lima.

O fato mais emblemático e recente está no fim do racionamento de água em que o governador passou a ter um grau de aceitação por solucionar grave problema hídrico merecendo toda a reação política de seus adversários, embora na essência a postura de Ricardo lhe fez existir com moral jamais imaginado tempos atrás.

E não se restringe a este caso ou fato. O Governo RC computa mais de R$ 1 Bilhão em obras e isto não se pode ignorar como efeito na sociedade antes predominada apenas por Cássio que deu a vitória a Serra em 2010 – único lugar no Nordeste.

Pelo sim, pelo não vivemos diante de um prefeito aprovado, da mesma forma que um governador já não estrangeiro com direito a muitas obras, também com percentual de aprovação.

Mas, cá pra nós, qual o Protagonismo atual de Campina? A quantidade de líderes políticos?

O que será do amanhã da cidade lembrando, por exemplo, Lynaldo e Edvaldo do Ó?

Vamos continuar exportando gênios?

ULTIMA

"O olho que existe/ é o que vê…"