O jornalista e analista político, Walter Santos, comenta em novo post, deste domingo (13), os recentes fatos envolvendo a viagem do senador Cássio Cunha Lima à cidade de Cuité, junto ao vice-prefeito de João Pessoa, Manoel Junior (PMDB), e o prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSDB).

WS também analisa o posicionamento recente do senador, que se postou como anti-Lula e anti-PT. Segundo revela o blogueiro, Lula não entende porque o senador, que já foi aliado do petista, se portou com tal posição.

Leia a análise:

A nossa conjuntura política: Cássio em dois planos não esconde seu ar conservador

 Chamaram a atenção dois fatos em torno do senador Cássio Cunha Lima nos últimos dias de Agosto. Sua viagem ao Curimataú para privilegiar reunião do PMDB acompanhado do prefeito de Campina, Romero Rodrigues, e sua fala nacional afirmando que o Senado Federal está buscando base legal para pedir a condenação do presidente Nicolás Maduro, da Venezuela, pela crise cercado de mortes naquele Pais.

 São duas situações distintas, mas que merecem análise crítica.

 A BASE ESTADUAL

 Ué, na reunião partidária no Curimataú eis que ele esteve prestigiando o PMDB liderado pelo senador José Maranhão ao lado do vice-prefeito Manoel Junior sem as presenças de Maranhão e do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo.

 Ora, se há uma intenção de manter-se a Aliança de 2016 para dar liga à Oposição em 2018, com o registro das ausências fica a interrogação porque prestigiar mais Romero do que abrigar todos numa só ação.

 Leve-se em conta que Romero é pré-candidato para valer na sucessão de 2018, da mesma forma que Manoel Junior, mesmo sendo do PMDB, tem tido mais lealdade a Cássio do que a qualquer outra liderança.

 Trocando em miúdos, Cássio foi reforçar mesmo a pré-candidatura de Romero independente dos concorrentes.

 A QUESTÃO VENEZUELA

 O vice-presidente do Senado tem conquistado visibilidade nacional diante do posto conquistado, mesmo assim sempre pelo viés radical antissocialista, como se dá agora na direção da Venezuela.

 Nos últimos anos, Cássio assumiu a postura radical anti-PT, anti-Lula em nível assombroso porque acusou o PT de implantar a corrupção no País só que, passado tanto tempo, até agora não há prova convincente da acusação pois, ao contrário, as provas de desvios estão em aliados seus do PSDB e PMDB.

 No caso da Venezuela, Cássio incorpora o discurso e posição americana de acusações e exposição da crise grave no País andino sem abrigar o contraditório até de Observadores Internacionais apontando que o grave problema venezuelano tem a ver com a intervenção americana, aliciando setores da sociedade local, como fez no Brasil nos últimos anos para fomentar confronto.

 O senador acusa Maduro de atrocidades mas ignora, conforme Observadores, que a recente eleição da Assembleia Constituinte teve Quórum com participação de 48,5% da população, apesar do boicote da Oposição liderada por Capriles, o Aécio de lá.

 Mais do que punir pura e simples, o senador bem poderia defender negociação mais profunda com a Venezuela distante da postura assumida pelo Chanceler Aluízio Nunes, representante brasileiro que atende muito mais ao interesse dos EUA no petróleo venezuelano – como aconteceu com o Pré Sal – do que qualquer outra coisa porque agindo assim perde a legitimidade política.

 O Brasil perdeu a condição protagonista de líder na América do Sul para ser uma muleta da Casa Branca.

 Cássio, ainda com idade intermediária como líder político, cada vez mais assume manequim conservador de Centro-Direita tomado pelas teses do Capital se afastando de vez do tom social(Ista) que um dia teve quando era aliado de Lula.

 UMAS & OUTRAS

 …Quando estive com Lula, recentemente, ele contou que o senador paraibano foi visitá-lo quando da doença de D. Marisa, mas não quis aprofundar a conversa com ele.

 …Lula não entende porque Cássio assumiu tamanha posição anti-PT quando lá atrás o tratou de forma tão respeitosa.

…O senador ligou 9 vezes e ele não atendeu.

 ÚLTIMA

 "Onde houver dúvidas/ que eu leve a Fé…"