Despedida de D.José Maria Pires evidencia brilho negro de Evangelizador Singular

Desde os primórdios de 1585 – data primeira da terra de Nossa Senhora das Neves – nunca dantes a sociedade paraibana convivera com um Bispo Negro, representante máximo da Igreja Católica, a liderar reflexões e movimentos de libertação e apologia à Fé em Deus pelo filtro da igualdade.

Neste domingo, este Homem de brilho divino e comandante da Igreja de vanguarda chamado de Dom José Maria Pires, 98 anos, se encantou ao final de uma complicação pulmonar comum aos seres humanos em idade avançada.

Belo Horizonte foi a ambiência de seu Adeus.

TEMPOS NEGROS DE BRILHO CLARO

Dom José Maria Pires evidenciou sua conduta serena, crítica e evolutiva desde os primeiros passos na Paraíba em plena fase de Ditadura Militar com restrições às liberdades da cidadania.

Como Chefe da maior Igreja sempre soube cativar fiéis dos vários segmentos da sociedade, inclusive da tal Elite paraibana, mas nunca se afastou da conduta firme contra os árbitrios e a favor das conquistas sociais dos mais necessitados.

Negro, em fase negra da vida democrática, ele era o brilho estratégico dos menos favorecidos.

CAMUCIM, O ENFRENTAMENTO

Dom José Maria Pires assumiu sua liderança libertária quando encarou pessoalmente ao lado do brilhante advogado Júlio César Ramalho a luta de trabalhadores rurais por uma pequena gleba de terra negada pelos latifundiários.

Ele teve a coragem de celebrar Missa diante de um batalhão de soldados e capangas defendendo a cessão das terras que se consumou tempos depois.

SERENIDADE E FÉ

O Arcebispo Emérito compunha a vertente da Igreja progressista sem perder a condição de Pastor das ovelhas de todas as tribos.

Como se diz lá na Torre repetindo o poeta, o nome a Obra imortaliza.

CASO PARTICULAR

Fomos editor geral do Jornal O MOMENTO no final dos anos 80 quando tivemos a honrar de ter Dom José como Colaborador sempre às sextas-feiras oferecendo aulas de dignidade cidadã.

Obrigado por tudo, nosso Líder!