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Blog de Walter Santos analisa o nível do Carnaval em 2017 nos principais Centros

PRINCIPAIS CENTROS


28/02/2017



O Blog de Walter Santos desta terça-feira (28), analisa o nível do Carnaval em 2017 nos principais Centros do Brasil. 

Para Walter, "a crise econômica afetou relativamente o Tríduo do Momo, se bem que os principais carnavais se mantiveram com sua estética distinta à base do que sempre foram a partir do Rio, Salvador, Recife/Olinda e São Paulo".

Leia o texto na íntegra:

Uma síntese estética e estrutural do Carnaval no Brasil em 2017

Ainda restando a terça-feira de Carnaval já é possível avaliar que a Crise econômica afetou relativamente o Tríduo do Momo, sem bem que os principais carnavais se mantiveram com sua estética distinta à base do que sempre foram a partir do Rio, Salvador, Recife/Olinda e São Paulo – este último levando muita gente às ruas. Sem exposição da Grande Mídia chamou a atenção o Fora Temer nos vários ambientes. Como diria Caetano, alguma coisa está fora da ordem mundial.

RECIFE/OLINDA E SALVADOR

São dois estilos distintos dentro de um modelo de Indústria Cultural com identidade muito forte colocando opções Free e Pagas lado a lado, quer nas programações de rua ou de fechadas, como camarotes e shows à parte.

Recife, como sempre, com sua força multicultural colocando no cardápio no palco principal os vários ritmos, ou seja, samba, rock, MPB e muito frevo / maracatu para todos os gostos.

Este ano, a Prefeitura reduziu a ajuda aos Maracatus daí a apresentação teve um volume menor de agremiações no Recife Antigo. Aliás, a frequência esteve menor se comparado ao ano anterior.

Para se ter uma ideia, há projeções de que o Galo da Madrugada tenha estado 40% menor do que 2016, fruto da realidade econômica.

Em Olinda, onde as ladeiras, o casario, os blocos de frevo e as pessoas fazem uma diferença enorme à base do subir e descer na dança das antigas canções teve também espaço para quem optasse por Anita, Safadão, etc, ao preço de R$ 600,00 o camarote.

Nos dois casos, o encanto e a fantasia estiveram em alta porque o carnaval é expressão de auto estima das pessoas que se fantasiam como desejo de realização.

SALVADOR SE QUER

Como dito, o estilo e estrutura dos Soteropolitanos tem outra batida, outra puxada e uma capacidade enorme de esbanjar gente nas ruas dentro e sobretudo fora dos cordões – a chamada pipoca.

Salvador em 2017 sofreu os efeitos da crise com alguns blocos famosos, como Araketu, longe da folia porque inexistiu meios de auto sustentação.

O modelo de Salvador depois do advento dos cordões construiu sua sobrevivência à base dos abadás e dos camarotes – isto para quem pode.

Repito: 2017 afetou Salvador mas nem por isso, dentro do que restou de opções, a cidade sempre se supera com a força do axé e dos trios puxando os Sucessos de plantão mesclando com seus ícones – Daniela Mercury, Ivete, etc e o luxo de Caetano no Olodum – lá teve Fora Temer – e Gilberto Gil nos Filhos de Gandhi.

SÃO PAULO EXPLODE

O carnaval de rua em São Paulo foi a grande expressão de 2017 superlotando os vários lugares, antes com Publico medido. Este ano explodiu em quantidade e opções .

No Carnaval esteticamente ao modelo carioca de levar samba à Sapucaí, São Paulo não apresentou nada de novo, exceto o acidente com escola de samba ferindo vinte pessoas, três em estado grave.

RIO DE SEMPRE

A indústria cultural da Cidade Maravilhosa se baseia na Marquês de Sapucaí com o desfile do 1o e 2o grupos servindo de modelo exportação para o Mundo – como se fora royalties fazendo grandes negócios com as principais marcas de produtos interessadas.

Este é a base nutrida é melhor explorada pela Rede Globo em detrimento das escolas e sambistas que se sustentam à base de outros patrocínios.

O ótimo do Rio, apesar de sua maior crise de todos os tempos no quesito gestão pública, está na imensidão de blocos de rua pelos diversos bairros, sobretudo Centro e Zona Sul. Arrebentou mais uma vez.

Em síntese, nada de mais no Carnaval exuberante do Rio de Janeiro sempre belo.

Em todos os carnavais, contudo, muito se ouviu ali ou acolá do refrão Fora Temer, mas a grande mídia, comprometida, escondeu.

Tenho dito. 


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