Notícias

Beltrame deixa a Secretaria de Segurança do RJ após quase 10 anos

APÓS QUASE 10 ANOS


11/10/2016

O governo do Rio de Janeiro confirmou nesta terça-feira (11) que o secretário de Segurança Pública do estado, José Mariano Beltrame, deixará o cargo após quase dez anos à frente da pasta. Sua saída está prevista para depois do segundo turno das eleições. Beltrame foi quem pediu demissão, segundo o governo, e seu substituto ainda não foi escolhido.

No cargo desde janeiro de 2007, Beltrame foi responsável pela implantação do projeto de Polícia Pacificadora, que instalou UPPs nas principais favelas. Ele pediu a exoneração nesta segunda-feira (10) logo após intenso confronto que disseminou clima de tensão em Copacabana, Zona Sul do Rio, durante operação na comunidade do Pavão-Pavãozinho. Três suspeitos morreram e oito foram presos.

'Ele está cansado'
O governador licenciado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, disse nesta manhã, em Brasília, que vai pedir para que José Mariano Beltrame fique no governo até o fim da gestão, em dezembro de 2018. No entanto, Pezão disse que o secretário está “cansado” e, por isso, não pode exigir a permanência dele no cargo.

“Eu não tive a oportunidade de falar com ele. Se eu tiver a oportunidade, vou pedir para ele que fique até o fim do governo. Agora eu também não posso exigir que uma pessoa que está há 10 anos à frente da segurança pública continue. Eu me preocupo muito, porque ele está cansado."

Pezão afirmou ainda que em novembro, quando voltará da licença médica, deverá ter uma conversa com Beltrame. “Ele respeitou muito a minha doença. Ele falou: ‘Pezão, eu vou esperar você voltar para a gente conversar’. E eu volto em novembro”, afirmou Pezão.

Gaúcho, José Mariano Beltrame ingressou na Polícia Federal em 1981. Antes de ser nomeado secretário de Segurança, ele foi coordenador da Missão Suporte, chefe do Serviço de Inteligência e da Interpol na Superintendência da PF no Rio de Janeiro.

Operação em Copacabana
Nesta terça-feira, Beltrame disse que a polícia "cumpriu o seu papel" na operação policial que terminou com três mortos e oito presos em Copacabana na tarde de segunda. O comandante da Unidade de Polícia Pacificadora [UPP] do Pavão-Pavãozinho ficou ferido.

"As imagens produzidas ontem são péssimas para a cidade, mas a polícia não pode se omitir e, mais uma vez, cumpriu seu papel. Ontem, a UPP e o Comando de Operações Especiais evitaram novamente uma guerra entre quadrilhas", escreveu Beltrame por meio de uma rede social.

Segundo Beltrame, uma das quadrilhas ameaça invadir outros morros da Zona Sul desde que um criminoso obteve indulto do Dia das Mães. "A exemplo do São Carlos e Turano, com inteligência policial antecipamos, neutralizamos e prendemos. Este trabalho foi possível pela presença da UPP e o trabalho integrado com o COE."



Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
// //