O crescimento econômico mundial caminha para seu pior desempenho em mais de meio século. Essa é a avaliação do Banco Mundial, que reduziu suas estimativas para os próximos anos diante do cenário atual de tensões comerciais e incertezas políticas, especialmente ligadas às políticas tarifárias dos Estados Unidos.

“Em um contexto de maior incerteza política e de aumento nas barreiras comerciais, o ambiente econômico mundial ficou mais complexo”, informou um relatório publicado pelo órgão.

O relatório aponta que deve haver um aumento da instabilidade política, que pode abalar os mercados diante da possibilidade de “novas mudanças repentinas” nas medidas restritivas ao comércio por parte de vários países.

O Banco Mundial alertou que essas tarifas podem trazer uma paralisação do comércio mundial no segundo semestre deste ano, isso pode colapsar a confiança dos mercado, aumentando a incerteza.

O banco estima uma expectativa de crescimento em 2025 por causa das tarifas de Trump, porém o órgão não chegou a prever uma recessão mundial, eles afirmam que as chances disso acontecer é menos de 10%.

Freada sem crescimento

O blog do Banco Mundial Indermit Gill e Ayhan Kose, divulgou falas de economistas que alertam que a economia se encontra em um momento de “turbulências”. Eles ressaltam que as disputas comerciais podem impactar muitas das certezas políticas que ajudaram a reduzir a pobreza extrema e a expandir a prosperidade depois do fim da Segunda Guerra Mundial.

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A análise aponta que várias das forças que contribuíram para o “grande milagre econômico” dos últimos 50 anos (quando o PIB per capita dos países em desenvolvimento quase quadruplicaram em mais de 1 bilhão de pessoas provenientes da pobreza extrema) foram revertidas.

Reflexos na América Latina

O crescimento econômico de 2,3% em 2025 para a América Latina, como informou o Banco Mundial, assim, o país que teve a pior previsão de crescimento na região foi o México, cuja economia passará por uma pequena expansão  de 0,2% este ano.

A capital dos EUA impôs ao México tarifas de 25% para as importações que não estão incluídas no Tratado de Livre Comércio da América do Norte. “Isso enfraqueceu as exportações do México” e gerou incertezas em um país que inveja aos Estados Unidos 80% de suas exportações em 2024, aponta o órgão.

Outras grandes economias da região, Brasil, Chile e Peru podem ter um crescimento econômico menor do que o registrado no ano passado, já nações com uma boas projeções prevista são para Colômbia e Argentina.

A projeção do PIB do Brasil é de 2,4%, segundo o Banco Mundial, assim, o órgão alerta para o rumo econômico da América Latina que pode depender, isso pode se ter como resultado do crescimento dos Estados Unidos e da China, os maiores mercados para os produtos da região.