Economia & Negócios

Balança comercial melhora em maio, mas deficit no ano é recorde

Ruim


03/06/2013



 Após o deficit histórico de abril, a balança comercial brasileira voltou ao azul em maio. O saldo positivo, no entanto, ficou em apenas US$ 760 milhões, resultado 74,3% inferior ao registrado há um ano, informou nesta segunda-feira o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic)

No mês anterior, o deficit havia ficado em US$ 994 milhões, o pior já registrado para um mês de abril desde o início da série histórica, em 1993.

No acumulado do ano, o saldo comercial está negativo em US$ 5,392 bilhões, maior deficit da série. No mesmo período de 2012, a balança comercial estava positiva em US$ 6,261 bilhões.

Segundo a secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Mdic, Tatiana Lacerda Prazeres, os resultados de maio e do acumulado do ano foram fortemente influenciados pelo deficit nas transações de petróleo e seus derivados.

No acumulado do ano, as exportações e importações desses produtos acumulam saldo negativo de US$ 11 bilhões. No caso do comércio exterior dos demais produtos, há um resultado positivo no ano de US$ 5,636 bilhões.

De acordo com Prazeres, esse deficit na conta de petróleo reflete o forte crescimento do consumo de combustíveis no país, o que acabou elevando as importações e aumentando a parcela da produção nacional destinada ao mercado interno. Além disso, destacou, há o impacto da redução da produção de Petrobras nas exportações. A estatal tem feito paradas programas de manutenção em alguns campos.

Outro fator é meramente estatístico, mas tem um peso relevante. Uma mudança na forma de registrar as importações de petróleo da Petrobras na Receita Federal, feita no segundo semestre do ano passado, gerou um saldo de US$ 4,6 bilhões em importações de 2012 que só foram incluidas na balança comercial deste ano.

DESCONTO

Sem esse efeito, o deficit deste ano estaria em cerca de US$ 800 milhões e não seria recorde. Ainda assim, seria o primeiro resultado negativo de janeiro a maio desde 2001 (deficit de US$ 337 milhões) e o pior desde 1998 (deficit de US$ 2 bilhões).

Vale lembrar que esses restos de importação da Petrobras registrados neste ano acabaram inflando positivamente o resultado da balança comercial de 2012, que fechou em US$ 19,4 bilhões, ainda assim o mais baixo desde 2002.

Desses US$ 4,6 bilhões de restos de importação de Petrobras de 2012, US$ 1,1 bilhão foi registrado em maio, reduzindo o resultado positivo do mês.

O saldo do mês passado, aliás, foi puxado principalmente pelas exportações recordes de soja: US$ 4,153 bilhões. Foi o maior embarque mensal da história.



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