Azul Linhas Aéreas entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, nesta quarta-feira (28), com o objetivo de reestruturar mais de US$ 2 bilhões em dívidas. A solicitação foi feita com base no Chapter 11 da Lei de Falências americana, um recurso utilizado por empresas que buscam reorganizar suas finanças sem interromper as operações. Segundo a companhia, as atividades no Brasil, incluindo a venda de passagens e programas de fidelidade, seguem inalteradas.

A decisão de recorrer ao Chapter 11 nos EUA, e não ao processo de recuperação judicial brasileiro, foi motivada pela maior previsibilidade e agilidade do sistema jurídico americano, além da predominância de credores internacionais. O processo será conduzido por um tribunal de Nova York e deve durar de seis meses a um ano.

Há risco para os passageiros com passagem comprada da Azul?

Para garantir a continuidade dos serviços durante a reestruturação, a Azul assegurou um financiamento de US$1,6 bilhão. Além disso, a empresa prevê até US$950 milhões em novos investimentos, com destaque para um aumento de capital de US$650 milhões, e possíveis aportes adicionais de US$300 milhões por parte das companhias American Airlines e United Airlines.

Essa não é a primeira tentativa de reorganização financeira da empresa. Em 2024, a Azul já havia fechado um acordo com arrendadores de aeronaves que envolveu a conversão de US$550 milhões em dívidas em troca de uma participação acionária de 20%. No entanto, a persistente fragilidade financeira levou à adoção de um plano mais robusto e abrangente.

Siga o canal do WSCOM no Whatsapp

Com apoio de parceiros estratégicos, como AerCap, American Airlines e United Airlines, a Azul busca reforçar sua estrutura financeira, reduzir sua alavancagem e garantir a sustentabilidade de longo prazo das operações. A expectativa da companhia é que a reestruturação melhore sua posição no mercado aéreo brasileiro e internacional.