Política

Azevedo diz que não falta dinheiro para Cultura, falta decisão política

Para a Cultura


16/02/2016



Dezenas de artistas de todos os segmentos e pessoas ligadas a Cultura na cidade de João Pessoa, participaram de uma plenária com o pré-candidato do PSB a prefeito da Capital e secretário de Infraestrutura, Recursos Hídricos, Ciência e Tecnologia e Meio Ambiente, João Azevedo. Na ocasião, João ouviu os relatos dos artistas e destacou que não falta recursos para se investir na Cultura como apregoa alguns gestores, o que falta, segundo ele, é decisão política de se investir no setor.

Quem abriu a plenária foi o mestre Pedro Osmar, que na ocasião lançou o livro O Trabalho Cultural pelo Socialismo, que trata da experiência da Funjope (Fundação Cultural de João Pessoa) na implantação de políticas públicas na área cultural nas gestões do PSB em João Pessoa e traz sugestões para novas políticas a serem implementadas.

Para Pedro Osmar, ter um pré-candidato a prefeito interessado em ouvir as pessoas ligadas a Cultura é importante, por que historicamente, no debate eleitoral, a área cultural fica sempre muito pequena e a maioria dos gestores também destinam recursos pífios para o setor.

O poeta Lau Siqueira, destacou que mesmo com a falta de apoio da Prefeitura de João Pessoa a projetos para cidade e até o cancelamento de muitos eventos que faziam parte do calendário da Capital, os projetos independentes realizados entre dezembro e fevereiro, foram sucesso de público, o que demonstra haver espaço para a cultura e a existência de um público que consume nossa arte.

Já o produtor cultural, Gil Sabino, destacou a importância de se incentivar a Economia Criativa Cultural, que cada vez mais depende menos do Poder Público, mas é necessária uma política de incentivo a esse processo para formatação de parcerias com a iniciativa privada.

Dentre as principais reivindicações dos artistas presentes a plenária, destacasse a apresentada pelo estudante do curso de Teatro da Universidade Federal da Paraíba, que propôs uma parceria da prefeitura com a UFPB para o retorno das oficinas de culturas criadas pela gestão do PSB e esquecida pelo atual prefeito; a do artista e produtor cultural Peternaiz que defendeu o incentivo para o artista independente vender sua arte nas ruas, sem ser perseguido ou necessitar de um processo burocrático tão grande e do produtor Bruno Carneiro para criação de uma Universidade Cultural no Conventinho, que hoje encontra-se abandonado.

A representante da Liga Carnavalesca, Marli, desabafou sobre o desrespeito com que o Carnaval Tradição foi tratado neste ano e prometeu um levante da Liga, caso as agremiações não sejam tratadas com mais respeito de agora em diante. Para ela, há muita descriminação com o Carnaval Tradição por que é uma arte feita na favela, nas comunidades, por pobres e negros.

Uma unanimidade na plenária foi o saudosismo com que foi relembrado as políticas culturais implementadas pelo ex-prefeito e atual governador Ricardo Coutinho, como o circuito das praças, o Estação Nordeste, oficinas culturais nos bairros, o festival Música do Mundo, entre outros.

Milton Dornellas, ex-presidente da Funjope, lembrou que quando o PSB assumiu o governo de João Pessoa em 2005, o orçamento da Funjope era de apenas R$ 800 mil. “Em 2011, fechamos o ano com R$ 12 milhões investidos na cultura dessa cidade, de forma responsável e descentralizada”, pontuou.

Tanto Milton, quando Lau Siqueira, ex-presidente da Funjope, destacaram a sensibilidade de João Azevedo, para as ações culturais, e sua contribuição aos projetos da cultura, enquanto secretário da Infraestrutura.

Após ouvir a todos, João Azevedo, lembrou que participa da gestão do PSB desde de 2005, quando Ricardo Coutinho se elegeu prefeito e em seguida governador e que foi o responsável por apresentar a Ricardo o projeto de construção e revitalização de dezenas de praças em toda cidade, com equipamentos esportivos e culturais, que possibilitaram a implantação de outros projetos, como o Circuito das Praças.

João disse ainda que, infelizmente, na atual gestão não é somente a parte da cultura que se encontra abandonada. “O que estamos assistindo hoje é a ausência do Poder Público na cidade, em todas as áreas”.

O pré-candidato socialista finalizou dizendo que não falta recursos para serem investidos na cultura, o que falta é decisão política do gestor de investir.
 



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