Educação

“Autoritarismo nos remete a 68”, diz UNE

Luta


16/06/2013

 A geração de 68 olhou no espelho e se viu em 2013. “O cenário é o mesmo”, observou o ex-ministro dos Direitos Humanos Paulo Vannucchi, depois de ver, rever e comparar as imagens da violência promovida pela Polícia Militar na quinta-feira (13) à noite na esquina das ruas da Consolação e Maria Antônia com o passado que vivenciou.

No mesmo local, Vannucchi estava havia 45 anos entre os milhares de estudantes da USP que participavam das manifestações que terminariam em confronto com estudantes da Universidade Mackenzie e testemunhou a pancadaria da polícia.

O momento histórico, a pauta de reivindicações e os perfis são bem diferentes, mas a violência desproporcional usada pela Polícia Militar para impedir a manifestação do Movimento Passe Livre (MPL) acabou unindo as duas gerações.

“O autoritarismo nos remete a 68”, disse a presidente da União Nacional de Estudantes (UNE), Virginia Barros, 27 anos, que participou das manifestações de quinta-feira e na sexta à noite estava ao lado de dezenas de sessentões que assistiam, em Ibiúna, a 67 quilômetros da capital, ao documentário A Batalha da Maria Antônia.

Foi uma homenagem aos antigos estudantes que, em 1968, embarcariam na resistência armada contra a ditadura, depois que a polícia prendeu 700 estudantes que participavam do Congresso da UNE que não terminou em Ibiúna. “Nós somos herdeiros dessa geração”, completou Virginia.

“As manifestações são legítimas e os estudantes têm o direito. Os 20 centavos de desconto nas passagens não explicam tudo. Eles querem melhorar o transporte. A ação da PM é despropositada. Ela atacou um movimento pacífico”, disse o ex-ministro José Dirceu, uma dos símbolos da geração de 68, que esqueceu os problemas com a Justiça para voltar no tempo e participar dos eventos em Ibiúna, na última sexta-feira, onde também foi preso à época.

Dirceu acha que o movimento vai aumentar, aconselhoFoi uma homenagem aos antigos estudantes que, em 1968, embarcariam na resistência armada contra a ditadura, depois que a polícia prendeu 700 estudantes que participavam do Congresso da UNE que não terminou em Ibiúna. “Nós somos herdeiros dessa geração”, completou Virginia.



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