Educação

Atraso causado pela greve nas federais prejudica formandos em PE

Atraso


04/03/2013



 Por causa da greve nas universidades federais, que duraram cerca de quatro meses em Pernambuco, ano passado, o segundo semestre letivo de 2012 ainda não terminou em parte dos campi. Nos casos mais extremos, em que a paralisação durou até setembro, como na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), as aulas de 2012 vão perdurar até o mês de abril deste ano. Isso quer dizer que os aprovados no listão divulgado na semana passada, por exemplo, só vão começar a estudar no final de maio. Em outro caso, mais grave, a Universidade do Vale do São Francisco (Univasf) não tem sequer o calendário acadêmico definitivo.

Nesse contexto de atraso, muitos alunos se sentiram prejudicados com relação à formatura, ao andamento das aulas e prazos de inscrição para empregos e estágios, chegando a perder ou postergar oportunidades cruciais para a formação profissional. É o caso de Malu Xavier, que estuda arquitetura na UFPE e afirma ter sido obrigada a deixar passar algumas vagas em programas de trainee porque ainda não tinha previsão de formatura.

“Cheguei a fazer e ser aprovada em parte de um processo seletivo durante a greve, com a esperança de que pudesse participar quando saísse o calendário acadêmico oficial. Quando ele foi aprovado, vi que não daria tempo", afirma a estudante, explicando que tais programas são importantes quando se quer trabalhar em grandes empresas. "Mesmo me formando ainda na metade de 2013, só poderei tentar novamente no ano que vem, depois de seis meses parada”, lamenta Malu.

Para Larissa Arruda, estudante de letras da UFPE, o maior problema foi dentro da própria universidade e tem tudo a ver com o diploma que ela almeja. Em uma das disciplinas do estágio curricular obrigatório, ela deve observar aulas em três diferentes escolas para vivenciar realidades distintas e reportá-las como atividade. “No estágio geral, já havíamos escolhido o Colégio de Aplicação (CAp), afinal, era o único colégio que estava em aula na segunda quinzena de dezembro e em janeiro”, explica a jovem.

De acordo com ela, as opções de outras escolas no estágio específico foram mais complicadas porque as aulas só começaram realmente depois do carnaval, apenas dois meses antes da entrega das atividades. “Com a greve, além de termos restringido um pouco o nosso estágio ao CAp, ficamos com o tempo bastante apertado para dar conta de todas as atividades. Observamos as aulas com medo que não dê tempo de atingir as horas obrigatórias e teremos pouco prazo hábil para a produção do relatório”, diz Larissa, lembrando que a situação deixa os alunos nervosos e apreensivos.

A pró-reitora de Assuntos Acadêmicos da UFPE, Ana Cabral, afirma que a universidade está ao lado dos alunos e ajuda em tudo o que pode. “Temos que assegurar o que determinam as Leis de Diretrizes de Base (LDB), que nos obrigam ao cumprimento de 100 dias de aula por semestre. Também temos que garantir a qualidade do ensino e do conteúdo programático”, afirma. Segundo ela, o calendário acadêmico de 2013 comprimiu todos os espaços possíveis, inclusive as férias dos alunos, para regularizar o período de forma mais eficiente. “Estamos pegando o ritmo e encurtando todos os procedimentos para que, no início do ano que vem, o calendário esteja praticamente regularizado”, afirma a pró-reitora. De acordo com os cálculos dela, a previsão é de que até o segundo semestre de 2014 a situação acadêmica já esteja de volta ao normal.

Na UFPE e UFRPE, o ano letivo de 2013 tem previsão de início no dia 20 de maio, com quase quatro meses de atraso. A Univasf ainda não divulgou o calendário acadêmico.



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