Futebol

Atlético-PR sobrevive ao Horto e bate o Galo, na possível saída de Bernard

Na Série A 3


31/07/2013



 Pela primeira vez com os titulares, desde a conquista da Taça Libertadores, sobre o Olimpia, do Paraguai, o Atlético-MG voltou ao Independência, onde não perdia há 38 jogos consecutivos. E a escrita, nesta quarta-feira, foi por terra. Como tem sido nos últimos jogos do Galo, a história do jogo parece ter sido escrita por um roteirista de cinema. Foi de Bernard, que se despedia do clube, o gol alvinegro, já no fim da partida. Mas o Galo encarou o Atlético-PR, rival determinado a marcar forte e a sair nos contra-ataques. Everton e Ederson, nos últimos suspiros do Furacão, viraram o marcador. O confronto poderia ser a redenção do jovem Bernard, que possivelmente não voltará a jogar com a camisa do Galo. Mas a comemoração do gol, sem a camisa do time, lhe rendeu o cartão vermelho. Com um a mais, o Furacão foi muito superior, virou o placar, fez 2 a 1 e conquistou os três pontos.

Sem R10 em campo, vetado por conta de uma forte gripe, todos os olhos se voltaram para a jovem revelação do Galo. Seriam os últimos 90 minutos do jogador com a camisa 11 do Atlético-MG. Foram pouco mais de dois anos como profissional e uma história linda no clube, onde começou nas categorias de base, ainda no ano de 2008.

A noite era especial. Bernard, provavelmente, deixará o Galo rumo ao Shaktar Donetsk, da Ucrânia, por 25 milhões de euros (quase R$ 76 milhões). O jogador, que renderá a maior receita da história do clube, não escondeu a emoção quando a torcida gritou “Olê, olá, Bernard, Bernard”. Com os olhos marejados, agradeceu o carinho. E foi para o jogo. O último pelo Atlético-MG. Na hora do gol, já nos minutos finais da partida, Bernard tirou a camisa e, como já tinha cartão amarelo, levou o vermelho.

Com o resultado, o Atlético-PR chegou aos 13 pontos e assumiu a décima posição na tabela de classificação. O Galo, com apenas dez, está apenas em 15º lugar. Agora, sem a presença de Bernard, o Atlético-MG tentará mais uma vitória diante do Flamengo, no próximo domingo, às 16h (de Brasília), no Mané Garrincha, em Brasília. No mesmo dia e horário, o Furacão receberá o Goiás, no Durival de Brito, em Curitiba.

Só Bernard jogou

A alegria nas pernas de Bernard, expressão usada por Felipão, na Seleção Brasileira, na Copa das Confederações, não foi correspondida pelos companheiros, pelo menos no primeiro tempo. Com exceção do jovem meia, que nitidamente queria jogo, o time do Galo era sonolento e parecia ainda estar de ressaca pelo título da Taça Libertadores. Enquanto Bernard mostrava plasticidade ao driblar Léo, de forma desconcertante, e colocar entre as pernas de Pedro Botelho, o restante da equipe alvinegra errava muitos passes. A ausência de Ronaldinho Gaúcho foi muito sentida pelo time de Cuca.

O Furacão não tinha nada a ver com isso e, com uma forte marcação, saía rápido para o contra-ataque. Desta forma, criou boas chances com Dellatorre e Elias, mas “São Victor” mostrou que a fase continua abençoada. O atacante Jô, com um problema no joelho direito, deixou o campo, para a entrada de Alecsandro.

Jogo incrível

Com Michel, na lateral direita, no lugar do volante Pierre, Cuca colocou Marcos Rocha para armar as jogadas, como já havia atuado no clássico contra o Cruzeiro. E o Atlético-MG melhorou. Passou a atacar mais e a achar espaços na defesa rubro-negra. Já Vágner Mancini trocou Elias por Felipe, com intuito de dar mais velocidade no contra-ataque. Dellatorre também deixou o jogo para a entrada de Ederson.

Mas a noite era dele. Depois de receber um belo passe de Neto Berola, que havia entrado na vaga de Luan, Bernard saiu frente a frente com Weverton e tocou por cima, soltando o grito de gol entalado na garganta do torcedor. Já amarelado, ele tirou a camisa na comemoração para mostrar os dizeres "uma vez até morrer", parte do hino do Galo. Expulsão com gosto de alegria.

Mas Everton e Ederson se aproveitaram da superioridade numérica e resolveram acabar com essa alegria. O primeiro, aos 40 minutos, recebeu com velocidade na área e tocou rasteiro, na saída de Victor, para empatar e calar o Independência. No minuto seguinte, Ederson decretou a primeira derrota do Galo no Gigante do Horto, depois de 38 jogos de invencibilidade no estádio. Alecsandro ainda mandou uma bola na trave, mas o placar seguiu inalterado.



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