Política
Aos 23 anos, filha de Aécio Neves estreia na política, mas ainda evita holofotes
Política
22/08/2014

{arquivo}Uma estudante de 23 anos, moradora do bairro carioca do Leblon. O perfil de Gabriela Falcão não a distingue muito dos outros estudantes que frequentam os corredores da PUC no Rio de Janeiro. No entanto, ela carrega um conexão familiar e um outro sobrenome de peso. Gabriela é filha de Aécio Neves, candidato à Presidência pelo PSDB. Apesar de ser tímida e de fugir da imprensa, a jovem aparece pela primeira vez ao lado do pai em uma corrida eleitoral.
“Ela se apresenta como Gabriela Falcão. Ela não se apresenta como filha do Aécio ou mostra ser de uma família diferente, importante. Ela se mistura com a turma e não fala ou se veste de maneira diferente das outras meninas”, conta ao iG uma pessoa próxima da jovem, que prefere não se identificar.
Procurados, alguns parentes e amigos de Gabriela se negaram a conversar com a reportagem, alegando que a estudante é muito reservada e que prefere ficar longe dos holofotes. A filha do presidenciável tucano confirmou a justificativa deles negando os pedidos de entrevista.
A escolha pelo sobrenome da mãe, Andrea Falcão, com quem mora no Rio, é antiga e contribui para essa vida discreta. Desde o colégio, ela escolheu ser chamada assim e não mudou mais. Segundo um colega, ela achava Falcão mais forte. Também é como Gabriela Falcão, por exemplo, que ela assina seu perfil no Facebook.
A jovem, que passou um temporada de quase um ano em Paris estudando francês, cursa engenharia ambiental na PUC do Rio desde 2009. Um parente resume Gabriela como uma típica garota carioca, daquelas que adora ir à praia para manter o bronzeado em dia, apesar de não se arriscar no surfe como pai fazia na adolescência.
A estudante também prefere o dia à noite e, pela primeira vez, está em um relacionamento sério. Gabriela namora Thomas Marcellino, também estudante da PUC, e é vista na companhia do rapaz em fotos na página oficial de Aécio no Instagram.
Segundo parentes, para a jovem é normal ser filha de um candidato à Presidência. Não só pelo fato do pai ter sido governador de Minas Gerais e hoje senador, mas por ser bisneta de Tancredo Neves, líder político importante, que foi eleito presidente em 1985, mas faleceu no mesmo ano antes de tomar posse. "Ela cresceu nesse meio", disse um familiar. Entretanto, ser de uma família tradicional tem suas vantagens, como viagens de férias para o exterior, com direito a esquiar em Aspen, por exemplo. Ainda assim, Gabriela é vista como uma garota comum. "Ela ia até pouco tempo de ônibus para faculdade", diz o parente.
Apesar da agenda atribulada de Aécio e da separação dos pais quando ainda era criança, aos sete anos, Gabriela nunca deixou de ser próxima do pai. Um membro da equipe de campanha dele conta que o senador faz questão de ir ao Rio todas as semanas para ver a filha e também os irmãos gêmeos recém-nascidos dela, Julia e Bernardo, frutos do casamento do tucano com a modelo Letícia Weber.
Fora do Rio, um dos programas favoritos de Gabriela com o pai e ao jogos do Cruzeiro no Maracanã. Apesar de, em uma entrevista no ano passado, Aécio ter comentado que a filha é doente pelo Fluminense e pelo Fred.
Criança ao lado do pai e adulta atuante
Gabriela apareceu pela primeira vez no cenário político ainda criança, de mãos dadas com Aécio na posse do pai como governador de Minas, em 2002. O político não estava casado e a menina fez o papel de “primeira dama”. Entretanto, reportagens da época citam a preocupação de Andrea Falcão, que não era a favor da exposição da filha.
Por muito tempo, a jovem se manteve afastada desse universo político. Em sua festa de 15 anos, por exemplo, no Museu de Arte Moderna do Rio, ela teria vetado a presença de políticos. Em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo em 2013, Aécio fez elogios à filha, dizendo que ela era a sua ministra pessoal do bem-estar, mas também admitiu que Gabriela tinha horror a política.
A situação parece ter mudado. Pela primeira vez, Gabriela participa de fato de uma campanha do pai. Além de já ter viajado para a Amazônia com o candidato do PSDB à Presidência, ela é coordenadora do comitê de mobilização e voluntariado da campanha no Rio.
E foi Gabriela quem procurou Rodrigo Baggio, coordenador nacional dos comitês, no começo dos trabalhos em torno da candidatura de Aécio.
“Logo no primeiro momento, a Gabriela adorou a ideia e se voluntariou. Nós marcamos uma primeira reunião com o grupo de voluntários no Rio. Nesse dia, nós a elegemos a coordenadora do comitê de voluntariado e mobilização no Rio”, explica Baggio. Até o momento, a filha de Aécio organizou e participou de uma ação do comitê, a limpeza do Largo do Machado, centro carioca.
Além disso, ela vai a reuniões quinzenais e mantém contato com os voluntários em grupo de conversas por telefone. “O evento foi na segunda-feira, 4 de agosto, ao meio-dia, mas ela passou o domingo anterior no comitê de campanha, preparando as vassouras, o material de limpeza, fazendo cartazes. Ela estava dedicada a produzir todo material. Ela foi uma das primeiras a chegar ao Largo do Machado", conta Baggio.
No evento, Gabriela teve que deixar a timidez de lado, atendendo algumas pessoas que a reconheceram e pediram para tirar fotos e para conversar. "Ela foi muito bem, sempre muito sorridente e envolvida com todos", fala Baggio. A próxima ação dela na campanha deve ser no próximo fim de semana, em uma mobilização nacional do comitê de voluntários marcada no Rio. Agora, a tarefa da jovem, segundo parentes, é conciliar a vida acadêmica para terminar o curso de engenharia ambiental e a atuação na campanha de Aécio Neves.
Vídeo para o pai
Em sua página oficial, Aécio Neves conta com um vídeo com depoimentos de familiares. Gabriela teve que encarar a timidez mais uma vez e participou, falando do que se lembra do pai. A jovem cita momentos da infância e faz uma declaração para o presidenciável.
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