Economia

Anfavea vê “invasão chinesa” no mercado automobilístico brasileiro

Fatia de mercado das montadoras chinesas na América Latina cresceu de 4,6% em 2013 para 21,2% em 2022, enquanto a fatia do Brasil caiu de 22,5% para 19,4%.


06/09/2023

Trabalhadores em linha de montagem de fábrica de automóveis em São Bernardo do Campo (SP). (Foto: REUTERS/Nacho Doce)

Brasil 247

 

 

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, expressou profunda preocupação com a “invasão” crescente de produtos asiáticos, notadamente da China, na América Latina. Durante a divulgação dos resultados da indústria automobilística na última terça-feira, Leite fez críticas contundentes à isenção do Imposto de Importação para veículos elétricos, vigente no Brasil desde 2015, e alertou para o declínio da competitividade da indústria brasileira nos mercados latino-americanos, segundo reportagem de Marli Olmos, do Valor.

O ponto central da crítica do presidente da Anfavea está na isenção do Imposto de Importação para carros 100% elétricos, que ele considera prejudicial à indústria local. Leite advoga por uma alíquota de 35%, acompanhada de cotas para veículos elétricos importados, alegando que isso protegeria a indústria automobilística nacional contra a concorrência estrangeira. Ele classificou a atuação das montadoras de carros chineses como “uma invasão” não apenas no mercado brasileiro, mas em toda a América Latina.

Os números apresentados pela Anfavea corroboram a preocupação de Leite. Segundo os dados da associação, as exportações de veículos produzidos no Brasil registraram uma queda de 12,8% de janeiro a agosto deste ano. Ao mesmo tempo, a fatia de mercado das montadoras chinesas na América Latina cresceu de 4,6% em 2013 para 21,2% em 2022, enquanto a fatia do Brasil caiu de 22,5% para 19,4%. “Estamos perdendo competitividade em nosso próprio quintal”, alertou o presidente da Anfavea.

Leite também apontou a entrada das fabricantes chinesas BYD e Great Wall no Brasil a partir de 2024 como uma ameaça, principalmente devido aos custos mais baixos da indústria automobilística chinesa. Além delas, o grupo CAOA Chery já produz carros da marca chinesa em Anápolis (GO) desde 2018. Para Leite, a chegada dessas marcas representa um desafio considerável para a indústria nacional.



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