Parceiros na arte do forró pé de serra, Alexandre Pé de Serra e Ítalo Queiroz são nomes novos na velha essência nordestina que desregionalizam, cada vez mais, o ritmo dançante, e compõem um cenário de colaboração entre artistas forrozeiros. Alexandre conheceu Ítalo através da internet em seu garimpo constante por talentos do gênero, e constituiu com a cearense parceria em composições, em shows, e na participação no DVD comemorativo dos 15 anos de carreira do músico paraibano.

Em uma década e meia de estrada, Alexandre Pé de Serra já tem seis discos lançados, sendo os dois primeiros, “Autenticidade Forrozeira” e “Matuto Cheiroso”, completamente autoral. A partir do terceiro, “Um Olhar, Um Chamego”, começou a instituir parcerias e ficar conhecido como um agregador de grandes poetas em seus trabalhos. “Alexandre é um cara que congrega todo mundo, ele conhece artistas e compositores do Brasil inteiro porque faz muito esse trabalho de garimpagem e de conhecer novos artistas e agregar uns aos outros, e fazendo esse papel”, revela Ítalo Queiroz.

O gosto pelo forró na vida de Pé de Serra começou de criança, escutando muitos vinis de forró com seu avô, um dos fundadores da escola de samba “Malandros do Morro” no bairro da Torre, e foi se habituando ao ritmo e suas vertentes enquanto morava em Serraria, no brejo paraibano. Atualmente explorando o Cariri da Paraíba entre shows e estadias, Alexandre Pé de Serra produz todo o seu conteúdo musical na cidade de Monteiro, no estúdio Áudio Brasil.

Já Ítalo Queiroz, Cearense de Barbalha erradicado em São Paulo, iniciou-se na música pelo piano, tocando música brasileira, e se apaixonou pela sanfona graças a seu pai que um dia, em uma roda de amigos sanfoneiros, puxou o fole e fez brilhar os olhos do menino. A paixão foi tanta que largou a vida de empresário em 2008 para tocar pelo Brasil. São três discos lançados, “O melhor pé de Serra do Brasil”, “Sereno”, e “Canta Barbalha”, além de um DVD, “Ninguém pode dançar só”, que conta com a participação de Alexandre Pé de Serra, Cezzinha, e o poeta Santana.

Os forrozeiros enaltem a parceria e a força do forró pé de serra no mercado, que traz qualidade e mostra a verdade nordestina a todo Brasil. “É a nossa verdade, que conhecemos desde pequeno, que vimos na feira, que acompanhei desde os cinco anos de idade com meu pai, vi Sivuca e Luiz Gonzaga juntos debaixo de uma barraca, e aquele monte de gente em volta. Estamos aí sem querer anular nenhuma cultura, mas também sem querer que nos anulem”, diz Ítalo Queiroz.