Política

Agora no regime aberto, Dirceu espera ‘voltar a dormir bem’ e fala em se casar

Regime aberto


05/11/2014



Agora que progrediu do regime semiaberto para o regime aberto, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, condenado no julgamento do mensalão, tem dito que não vê a hora de voltar a ter um sono normal. "Quero voltar a dormir bem", disse o petista a um amigo nesta semana, conforme apurou o iG.

Ontem, Dirceu foi liberado pela Vara de Execuções Penais (VEP) de Brasília para cumprir o regime de prisão domiciliar após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Até então, ele dormia no Centro de Progressão Penitenciária de Brasília, mas passava o dia trabalhando no escritório de advocacia do criminalista José Gerardo Grossi.

Ao falar aos amigos sobre a expectativa quanto à prisão domiciliar, Dirceu comentou que as instalações do Centro de Progressão Penitenciária, onde dormem os presos que têm trabalho em Brasília, eram piores que a penitenciária da Papuda, onde ficam os detentos do regime fechado.

A partir de agora, ele passará a dormir em casa e não mais na prisão. Assim, ele é obrigado a ficar em casa, das 21h às 5h. O restante do dia ele pode manter qualquer outra atividade funcional. Inclusive empresariais, de consultoria e afins.

Segundo pessoas próximas, Dirceu planeja dormir na residência da atual namorada, a funcionária do Senado Simone Pereira, com quem tem uma filha. Ele fala ainda em oficializar a união com a funcionária pública nas próximas semanas. Ainda segundo interlocutores, Dirceu quer manter a discrição dessa nova fase da vida e tentar, ao máximo, “curtir” a filha caçula Maria Antônia.

Ele também tem dito que pretende manter, pelo menos por enquanto, o emprego de auxiliar administrativo no escritório de Grossi, com salário de R$ 2,1 mil. Pela Lei de Execuções Penais, ele não é mais obrigado a continuar no emprego atual, concedido como benefício a um detento do regime semiaberto.

O regime de prisão domiciliar é concedido em locais que não dispõem de colônias agrícolas para o cumprimento do regime aberto. Se houvesse uma colônia agrícola em Brasília, Dirceu passaria o dia fora do estabelecimento penal e dormiria neste albergue de presos.

Apesar de poder dormir em casa, Dirceu ainda terá limitações: não poderá se flagrado ingerindo bebida alcoólica, não poderá portar armas, nem manter contato com demais condenados na Justiça ou frequentar estabelecimentos de diversão, como bares. A VEP também recomendou ao ex-ministro ficar afastado de atividades políticas.

O iG apurou que, antes de se apresentar na VEP para saber de detalhes do cumprimento do regime aberto, Dirceu conversou com o atual patrão e disse que permaneceria no atual local de trabalho. A ideia de Dirceu é evitar, ao menos nesse primeiro momento, o assédio da imprensa. A “quarentena”, conforme pessoas próximas, deve durar entre dois ou três meses.

Neste período, Dirceu continuará sua função como auxiliar de escritório, mas admitiu que continuará fora da atividade política, ao menos neste primeiro momento. Ele pretende manter uma vida discreta, até mesmo com receio de uma regressão de regime a partir de agora. Segundo um interlocutor, “tudo que ele não quer é voltar à dormir na prisão”.

A progressão de regime deixou Dirceu “excitado”, nas palavras de amigos. Mas uma empolgação menos intensa em comparação ao período em que ele deixou o regime fechado, em julho deste ano. Quando deixou a prisão pela primeira vez para trabalhar em um escritório de advocacia, Dirceu disse que se “sentia um pássaro saindo da gaiola”. Agora, ao progredir para o regime aberto, ele não se utilizou da mesma metáfora. Limitou-se a dizer que "estava empolgado com a nova fase".

Apesar disso, no escritório onde ele trabalha, Dirceu não escondia a satisfação com a decisão do ministro Luís Roberto Barroso, que determinou a progressão para o regime aberto e depois a ansiedade para a audiência na VEP, marcada para esta terça-feira, que homologou a decisão do Supremo.



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