Política
Adriano Galdino denuncia ‘controle’ de leitos por João Pessoa e Campina Grande e sugere CPI da regulação na saúde da Paraíba
03/06/2025

Por Wallyson Costa
O presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Adriano Galdino (Republicanos), fez duras críticas ao sistema de regulação de leitos hospitalares no estado, denunciando o que classificou como concentração injusta de poder por parte das prefeituras de João Pessoa e Campina Grande. Segundo ele, a forma como o sistema está organizado tem deixado pacientes de outros municípios “à míngua” e até provocado mortes por falta de acesso a hospitais de alta complexidade.
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“A saúde pública que eu me refiro é a questão da regulação. Hoje, 99,9% da regulação da Paraíba está entre João Pessoa e Campina Grande. São os dois municípios que comandam, e comandam todas as regulações existentes na Paraíba”, afirmou Galdino.
O deputado ressaltou que a luta contra esse modelo centralizado é antiga e já foi enfrentada sem sucesso nos governos de Ricardo Coutinho e no primeiro mandato de João Azevêdo. Ele agora cobra que o problema seja resolvido de forma definitiva.
“Eu lembro que começou esse trabalho e essa luta, mas encerrou seu mandato e não conseguiu. No primeiro governo de João, também se sentiu incomodado com isso, mas também não foi pra frente. Esperamos agora, aqui nesse segundo [mandato de] João, definitivamente resolver essa questão da regulação”, cobrou.
Para Galdino, o caso mais grave está no Hospital Universitário Lauro Wanderley, em João Pessoa, que segundo ele se tornou inacessível para a maioria dos paraibanos.
“É muito grande, como o HU, como o Metropolitano, ele tenta… outros paraibanos que não conseguem chegar a esse hospital, porque o órgão que escolhe, que regula, é a Secretaria de Saúde de Campina e a Secretaria de Saúde de João Pessoa. Então, quando os municípios têm deputados atuantes e deputados que vão pra cima, fura essa fila e consegue. A população que vive mais longe da capital, que não tem essa interrogação permanente, deve estar literalmente morrendo à míngua”, denunciou.
O presidente da ALPB também apontou um problema de redistribuição injusta dos recursos públicos para a saúde: “Os municípios da Paraíba, à exceção de Campina Grande e João Pessoa, todos os municípios contribuem. É como se fala em referencial: pega um pedaço do recurso que deveria ir para a Secretaria Municipal de cada município, ele pega esse pedaço, direciona para os municípios de Campina Grande ou João Pessoa, ou para o Estado. Só que nem Campina Grande nem João Pessoa passam um centavo para o Estado da Paraíba. Então, em tese, eles têm saúde resolvida, não repassam o recurso para o Estado, mas como eles controlam o que que tem pra atender, quem quer, colocam lá no hospitalidade, e os municípios que pagam todos os meses que é fácil. Isso é uma coisa que está ocorrendo na Paraíba.”
Galdino ainda alertou para a gravidade do que classificou como “injustiça institucionalizada” e sugeriu a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a situação. “O HU faz de conta que faz saúde na Paraíba. Que haja talvez uma CPI pra fiscalizar. Conseguir uma vaga no HU é mais difícil do que ganhar na loteria.”
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