Policial

Acusado revela que objetivo não era matar modelo; “queria deixá-lo infértil, def

Crime passional


11/01/2013

{arquivo}A cada depoimento concedido pelos acusados, novos indícios de crueldade são identificados em torno do crime que tirou a vida do modelo Dalmi Carvalho Barbosa, 27 anos, no dia 22 de dezembro no município de Santa Rita. Em entrevista a TV Correio, um dos acusados pelo assassinato da vítima revelou que o objetivo não era matar, mas, sim deixá-lo infértil.

“A princípio o objetivo não era matar o modelo, mas deixá-lo deficiente e infértil”, disse Mateus Alves da Silva, 24 anos, um dos presos pela Polícia Civil nesta quinta-feira (10). Ainda durante a entrevista, ele confirmou que o crime foi encomendado por Ana Paula Teodósio, 27 anos.

Segundo ele, o objetivo de Ana Paula era proporcionar sofrimento a vítima. “Ela não queria que o modelo morresse, apenas que ele fosse atingido por um tiro na perna e outro nos testículos, para ele não ter mais filho”, revelou a TV Correio.

Mateus Alves ainda revelou que teria procurado a vítima por três dias em Santa Rita antes de executá-lo. Os acusados ainda utilizaram o veículo de Ana Paula para concluir o crime.

Crime passional

Crime passional. É o que aponta o inquérito policial da Delegacia de Crimes contra a Pessoa (Homicídios) da Capital, sobre o assassinato do modelo Dalmi Coelho Barbosa Filho. O crime, elucidado pela Polícia Civil em apenas 19 dias, resultou na prisão de quatro pessoas, entre elas uma mulher: Ana Paula Teodósio de Carvalho, 27, a Paulinha, acusada de ser a mentora intelectual do homicídio.

{arquivo}Juntamente com ela, também foram presos Júlio César Xavier do Nascimento, 20 anos, apontado como autor dos disparos e preso em flagrante com pedras de crack; Mateus Alves da Silva, 24, motorista do veículo utilizado para o crime e fuga, preso por mandado de prisão preventiva; e André Pedro da Silva, 33, acusado de ceder ao grupo a arma utilizada no crime, um revólver calibre 38, apreendido pelos policiais da delegacia.

O delegado Pedro Ivo, que esteve à frente das investigações, explicou que entre Dalmi, a namorada dele, Raquel Teófilo de Souza, e a acusada havia inicialmente uma relação de amizade, que foi desfeita por conta do comportamento doentio de Ana Paula em relação à namorada da vítima. “Paulinha a presenteava, mandava mensagens e nutria sentimentos amorosos não correspondidos por Raquel. Isso foi constatado depois que um dos presentes, um celular, foi apreendido”, explicou a autoridade policial, acrescentando que o casal estava com casamento marcado para o dia 18 de janeiro deste ano.

No dia 29 de agosto do ano passado, a autora intelectual do crime chegou a invadir o apartamento de Raquel, o que resultou em danos nos veículos dela e da vítima e em um Termo Circunstancial de Ocorrência (TCO) realizado na 1ª Delegacia Distrital de Cruz das Armas, em João Pessoa.

O inquérito policial ainda revela que Ana Paula preparou dois álibis para que o seu nome fosse afastado do caso. Na manhã do crime, enviou duas mensagens de texto para o celular da irmã, dizendo que estava no dentista e ainda obteve um atestado do profissional, após atendimento que aconteceu em uma clínica no bairro de Mangabeira.

“Ela se mostrou bastante fria, inclusive nos depoimentos tomados na delegacia. Negou duas vezes ter participado do delito e afirmou que tinha relação de carinho por ambos. A verdade é que preparou o assassinato por quatro meses”, frisou Pedro Ivo. Já a participação de Mateus Alves no assassinato foi motivada por uma dívida de R$ 400 que ele tinha com Paulinha e Júlio César recebeu R$ 100 da mentora para matar o modelo. André Pedro, que forneceu revolver calibre 38 apreendido pela polícia, era amigo da mentora do homicídio.

O delegado titular da Delegacia de Homicídios, Everaldo Medeiros, ressaltou o apoio da Polícia Militar, sob a coordenação do tenente coronel Eduardo Jorge e também da juíza Liliane Cananéa, de Santa Rita, além da cooperação do Instituto de Polícia Científica e da Gerência de Inteligência da Secretaria da Segurança e da Defesa Social para o esclarecimento do homicídio. “A PM esteve presente na reconstituição do crime e o judiciário atendeu prontamente às representações e medidas cautelares requisitadas. Já o IPC realizou sete perícias, entre elas a do veículo utilizado para o crime”, pontuou.



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