O acidente da ex-ginasta Lais Souza esquiando em um treinamento para os Jogos de Sochi lança uma série de perguntas no ar. Afinal foi a falta de atletas brasileiros nos esportes de inverno que levou os dirigentes a buscarem esportistas de outras modalidades para a disputa dos Jogos Olímpicos. Mas, por serem esportes tão difíceis, não seria imprudente importar esses atletas e sujeitá-los a situações perigosas? Para saber essa resposta, o Esporte Espetacular foi conversar com dirigentes e atletas, como o ex-velocista Claudinei Quirino, que se machucou disputando o bobsled nos Jogos de Turim 2006 e se arrepende até hoje de sua escolha (clique no vídeo e confira a reportagem completa).

A transição de atletas de modalidades de verão para esportes de inverno é relativamente comum. Jaqueline Mourão era atleta de mountain bike e disputou Atenas-2004. Dois anos depois ela foi a Turim-2006 no Cross Country. Durante oito anos ela se revezou entre as duas modalidades, até resolver abandonar a bicicleta para se dedicar integralmente ao Cross Country, esporte em que defenderá o Brasil em Sochi.

Spinola contrargumenta com um exemplo interessante e deixa uma questão no ar. Será que Isabel Clark se adaptaria rapidamente ao skate e ao surf, os "esportes-irmãos" do snowboard?

– Não se pode afirmar que, se a Isabel for competir no skate ou no surf, ela vá ter um resultado positivo. Então é uma questão de maturidade que necessita tempo e paciência. A decisão do Brasil de enviar atletas para as Olimpíadas com menos de um ano, desde o início do esporte, foi muito prematura. Não desqualifico a questão da preparação física delas, acredito que elas estejam preparadas a nível internacional, mas, para este esporte em si, precisaria realmente um prazo maior para ela chegar neste nível e ir para as Olimpíadas – afirmou Spínola.