Paraíba

Abastecimento de CG não tem solução de curto prazo, diz presidente da Cagepa

PRESIDENTE DA CAGEPA


02/09/2016

{arquivo}O presidente da Cagepa, Marcus Vinícius Fernandes, expôs na manhã desta sexta-feira (2), no seminário promovido pelo TCE-PB sobre a crise hídrica no semiárido, a situação do abastecimento de água da Paraíba, ocasião em que revelou estarem operando normalmente, hoje, apenas 68 dos 192 sistemas sob administração da companhia.

Convidado a falar sobre as possíveis alternativas, para o abastecimento de Campina Grande e outros 18 municípios, em caso de a água da transposição do São Francisco não chegar antes que se esgote a capacidade do reservatório Epitácio Pessoa, ele revelou que não há solução de curto prazo, “e nem mágica”, para o problema antes que o projeto entre em operação.

Marcus Vinicius apresentou, na ocasião, projetos que a companhia elaborou como alternativas para a situação de Campina Grande e entorno, mas que foram descartados em razão, principalmente, dos elevados custos e tempo de instalação. Captariam água, em caso de execução, dos reservatórios de José Rodrigues, Saulo Maia, e Gramame/Acauã.

ATÉ JULHO

A Cagepa trabalha hoje, conforme esclareceu, para garantir água de qualidade a esses municípios até junho/julho do próximo ano, e leva em conta que se cumpra a previsão do secretário estadual de Recursos Hídricos, João Azevedo, de que a água da transposição chegue ao reservatório alguns meses antes, em abril.

Em razão de crise hídrica, a Paraíba tem 14 municípios em situação de alerta; outros 84 em racionamento, entre estes Campina Grande, segunda maior cidade do estado; e 32 onde os sistemas de abastecimento já entraram em colapso. Em 15 cidades o fornecimento não é operado pela empresa.

{arquivo}DUAS ALTERNATIVAS

Em seguida, o professor Heber Gomes, que é coordenador do Laboratório de Eficiência Energética e Hidráulica em Saneamento da Universidade Federal da Paraíba, apresentou duas alternativas para levar água ao Compartimento da Borborema.

Um dos projetos sugere um sistema adutor, saindo do sistema Gramame/Mamuaba – que abastece a região metropolitana de João Pessoa-, passando pelas margens das BRS 101 e 230 até Campina Grande. Adutoras mais estações elevatórias custariam cerca de R$ 352 milhões. “O projeto Várzeas de Sousa, destinado ao cultivo de cinco mil hectares, e hoje não serve a mais de mil, custou 1 bilhão e meio”, comparou.

A segunda alternativa por ele apresentada propõe a adutora Monteiro/Gravatá. O projeto, explicou o professor, teria vida útil de 40 anos, e um custo estimado de execução no valor de R$ 160 milhões.

REUSO

Terceiro palestrante do dia, o professor Eduardo Pacheco Jordão, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ministrou palestra sobre reuso de águas residuárias. Ele frisou que tanto a sociedade quanto as instituições no país não dão, ainda, a devida importância ao tema e que é necessário esclarecer e conscientizar a população. E os governos assegurarem o tratamento adequado quando ofertar água de reuso.

“A água tem um valor muito grande para ser usada apenas uma vez”, disse na exposição ao mostrar que essa prática avança, no Brasil e no mundo, com experiências consolidadas que reduzem custos de empresas, condomínios, residências, do comércio, indústria, agricultura e ate recarga de aqüíferos.

REABILITAÇÃO – Último palestrante, o consultor e mestre em engenharia civil e recursos hídricos, Sérgio Goes, falou sobre a reabilitação da bacia hidrográfica do reservatório Epitácio Pessoa, destacando aspectos como proteção das nascentes de rios e da cobertura vegetal, ações de reflorestamento, de educação ambiental e sanitária, e, ainda, recuperação de áreas degradadas.



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