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A DOUTORA QUE VIROU SUCO


14/12/2003



Conquistar alguma coisa é muito bom! Investir num projeto, melhor ainda. Dar movimento quando nos sentimos paralisadas e lançar-se a um desafio (as vezes parecendo intransponível) nos deixa rindo à toa…Essa foi a sensação que vivi Sexta feira passada quando fui aprovada em 3o lugar (entre 30 candidatos) na seleção do Doutorado em Teoria Literária da UFPe. Foram meses a procura de um tema, um autor, um assunto…outros tantos a ler meio que atirando para todos os lados…Um projeto, sua feitura; um currículo atualizado, comprovado; uma prova dissertativa que incluía livros teóricos, dentre eles: O Local da Cultura, de Homi Bhabha, O Feminismo como crítica da cultura: Tendências e Impasses (org.) pôr Heloísa Buarque; O Pós-Modernismo e a Lógica Cultural do Capitalismo Tardio, de Fredric Jameson; Literatura Comparada de Sandra Nitrini e Escrituras Híbridas de Zilá Bernd. Ainda provas de proficiência de Inglês e Francês, e uma entrevista em defesa do projeto, para 4 membros de uma banca especializada. Três dias de prova, de tensão e exaustão. E a Paraíba se fez representar também com a professora da UFPb ( Psicologia) Flávia Maia ( 2o lugar).
    
Voltar à sala de aula, ao mundo da pesquisa, dos estudos na pós-graduação é uma exigência hoje dos programas de capacitação das Universidades Brasileiras. Mas em alguns casos, e aí me incluo, é uma necessidade muito mais pessoal, numa tentativa de se dar um pulo de gata(o) na vida, em busca dessa realização. Sim, porque viajar de ônibus durante mais de um ano, comprar livros, xerox, sem nem saber ainda da possibilidade de se obter uma bolsa, enfrentar as noites e os finais de semanas (desde agosto) em busca de conhecimento para enfrentar a seleção, sabendo que as recompensas salariais são no mínimo frustrantes, é porque queremos muito crescer e fazer um trabalho diferenciado
    
Estou contando toda essa estória, não por autopromoção simplesmente, mas porque fiquei muito feliz com uma conquista tão cara, a ponto de me comportar feito criança se lambuzando de doce, com o fone e a agenda em punho, para compartilhar com os amigos as travessuras de um feito grande – de quem fez na verdade – Uma Arte!
    
Quanto à coluna do estimado Agnaldo Almeida no Norte de 13/12, me parabenizando pelo “sucesso”, agradeço de público. A nota contém um comentário que equivocadamente, teria sido feito pelo meu companheiro Júlio Rafael, quem a partir de agora, teria que me chamar de “doutora” até para pedir um suco. Sei que meu colega não se deu conta, mas foi um comentário no mínimo reducionista, pois acho que o meu investimento e conquista, com certeza vão me abrir caminhos que vão mais longe do que até a geladeira.



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