O empreendimento de Neymar no litoral nordestino, em parceria com a Due Incorporadora, tem sido alvo de críticas em meio ao debate sobre a PEC 03/2022, que propõe a privatização de praias. O projeto, que visa transformar um trecho de 100 km entre os litorais Sul de Pernambuco e Norte de Alagoas no “Caribe brasileiro”, inclui a construção de 28 imóveis de alto padrão, com um faturamento estimado de R$ 7,5 bilhões.

A PEC 03/2022, também conhecida como “PEC da privatização das praias”, prevê o fim da propriedade exclusiva da União sobre terrenos de marinha, permitindo o repasse gratuito dessas áreas a estados, municípios e ocupantes privados mediante pagamento. Atualmente, os imóveis nesses terrenos têm escrituras, mas os proprietários são obrigados a pagar taxas anuais à União.

Ambientalistas e artistas têm criticado a proposta, afirmando que a PEC pode abrir margem para a criação de praias privadas e ameaçar a biodiversidade local. Entre os críticos estão as atrizes Laila Zaid e Luana Piovani, que se posicionaram contra o projeto nas redes sociais. Laila classificou Neymar como “um dos apoiadores da ideia”, e Piovani quer que seus filhos esqueçam o jogador como ídolo.

A proposta tem sido defendida por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo o senador Flávio Bolsonaro, relator da matéria no Senado. Técnicos do governo expressaram reservadamente que a PEC pode levar à privatização de praias e à perda de áreas públicas.

Neymar, um simpatizante declarado de Bolsonaro, se defendeu nas redes sociais, afirmando que as críticas são infundadas e que seu projeto visa trazer desenvolvimento social e econômico ao Nordeste. A Due Incorporadora também reforçou que mantém projetos próprios de preservação do meio ambiente e cumpre todas as leis ambientais brasileiras.