Paraíba

Terezinha Domiciano avalia campanha como ‘empolgante’, reforça propostas, crê em mudanças e sua eleição


22/04/2024

Por Walter Santos

A professora doutora Terezinha Domiciano chega à semana da eleição para Reitoria da Universidade Federal da Paraíba com sentimento de quem participa de campanha empolgante com sua vice, Monica Nobrega, acreditando que desta vez o Governo Federal escolherá quem for mais votado. Ele voltou a lembrar suas propostas, segundo ela. Construídas nas comunidades e aposta que as urnas vão apresentar mudanças com ela em primeiro lugar.

 

Eis a entrevista na íntegra:

 

 

WSCOM – Faltando poucos dias para o dia de votação, qual sua avaliação de campanha?

 

Terezinha Domiciano – A campanha tem sido muito bonita, com o envolvimento de uma grande quantidade de pessoas. Visitamos salas de aula e laboratórios de todos os 17 Centros de Ensino da UFPB, nos 4 Campi da instituição. Também fomos a diversos setores administrativos, entre eles, a Reitoria, e também estivemos no Hospital Universitário e no Colégio de Aplicação, entre outros espaços. A receptividade tem sido excelente. Mais de 40 Diretórios e Centros Acadêmicos já manifestaram apoio à Chapa 1. O DCE e o Movimento OcupaUFPB também. Além disso, 13 Centros de Ensino da universidade já manifestaram apoio também à Chapa 1, de Terezinha e Mônica. Isso mostra que nossas propostas têm tido grande aceitação na comunidade universitária.

 

WSCOM – Como imagina a receptividade de suas propostas?

 

Terezinha Domiciano – As pessoas estão engajadas, participando ativamente da campanha. A receptividade tem sido excelente, pois nossas propostas foram construídas conversando com as pessoas, através do diálogo com todos os segmentos que fazem parte da UFPB. Conversamos com docentes, com técnicos e com estudantes. É algo que foi feito nas eleições de 2020, em que fomos eleitas, mostrando que há quatro anos as nossas propostas já tiveram ampla aceitação da comunidade acadêmica. Para as eleições de 2024, nossa carta programa passou por uma atualização, voltada para as novas necessidades da comunidade. Mais uma vez, isso foi feito seguindo nossa forma de trabalhar, que envolve ouvir as pessoas, compreender suas necessidades e buscar soluções. Todas as propostas apresentadas são executáveis. Não há nada que foi apresentado que não possa ser colocado em prática.

Já nos primeiros dias da nossa gestão, implantaremos um plano emergencial para resolver os problemas de infraestrutura, que são muitos e se agravaram nos últimos anos na UFPB. É preciso garantir que as pessoas possam trabalhar e estudar em ambientes com estrutura adequada, seja sala de aula ou administrativa, laboratório ou espaço de convivência. Também vamos buscar recursos públicos e privados para recuperar e ampliar os espaços laboratoriais, assessorando professores, pesquisadores, discentes e técnicos na elaboração de projetos e propostas a órgãos de fomento. Atuaremos ainda junto à bancada parlamentar da Paraíba para conseguir emendas que permitam a retomada de obras paralisadas ou inacabadas. São 34 na UFPB. O desafio é imenso.

Na política estudantil, entre várias propostas, vamos atuar para rever o preço cobrado no Restaurante Universitário, que é um dos mais caros do Nordeste. Queremos implementar um “Auxílio Acolhimento”, permitindo que alunos recebam uma bolsa logo depois de entrar na universidade e não apenas com 150 a 180 dias, como acontece hoje. Essa bolsa precisa ser automática. Sabemos das dificuldades que os alunos enfrentam. Eu, Terezinha, fui presidente da primeira residência universitária de Patos. Se não fosse a Residência e o Restaurante Universitário, certamente, eu não teria terminado meu curso e eu não estaria aqui hoje.

Para os técnicos, vamos apoiar e rediscutir o PGD, que é o Programa de Gestão de Desempenho, dialogando com a comunidade universitária. Não pode ser algo que venha de cima para baixo. Outra questão importante para os técnicos é a que envolve a jornada de trabalho flexibilizada de 30 horas, especialmente, para os que não podem ser incluídos no Programa de Gestão de Desempenho. Também vamos desenvolver políticas de capacitação, aperfeiçoamento e qualificação dos técnicos, com ampliação das vagas nos programas de pós-graduação e liberação para afastamento de longa duração, entre outras questões importantes.

Para os docentes, vamos implementar um sistema de progressão funcional automática e uma política de acompanhamento da carreira, apoiando, inclusive, o afastamento dos mesmos para a realização de pós-doutorados. Queremos também valorizar aquilo que fazemos de melhor, que é a produção e a disseminação de conhecimento. É urgente que tenhamos uma política de comunicação capaz de potencializar o acesso a esse conhecimento, dentro e fora da própria UFPB. Afinal, temos um compromisso social. A UFPB é um patrimônio do povo paraibano e, como tal, precisa ser bem cuidada. Sabemos das necessidades de todas e todos e estamos empenhadas, através do planejamento estratégico, em buscar as melhores soluções para os problemas que a UFPB enfrenta.

 

WSCOM – O que definirá como prioridade de campanha na reta final?

 

Terezinha Domiciano – Desde que decidimos colocar novamente os nossos nomes para a consulta à Reitoria da UFPB, pautamos a nossa atuação pelo diálogo e pela presença constante nos diferentes Campi da nossa instituição. As propostas que apresentamos não são resultado apenas da nossa vontade pessoal, mas de um respeitoso e profundo diálogo com todos os setores da UFPB, técnicos, docentes e discentes, a fim de conhecer os problemas, dimensionar as dificuldades e desenvolver propostas de solução. Por isso, na reta final da campanha, priorizaremos os encontros, as caminhadas, as conversas, a relação direta com todas e todos que compõem a UFPB. Estamos preparadas para o desafio e realmente temos uma proposta de gestão inovadora, capaz de colocar a UFPB novamente no caminho da excelência, priorizando a inclusão e o respeito às pessoas que fazem o dia-a-dia da nossa instituição.

Seguimos divulgando nossa carta programa para a comunidade universitária, que pode ser acessada pelo site https://www.ufpbinovacaocominclusao.com.br e também no Instagram @ufpbinovacaocominclusao1.

 

WSCOM – Na sua opinião, como a greve deflagrada por professores e servidores tem afetado a campanha?

 

Terezinha Domiciano – A greve dos técnicos, atualmente em curso, é resultado da necessidade histórica de reestruturação da carreira dos TAEs (técnicos-administrativos em educação). O próprio Governo Federal reconhece a importância do movimento, apresentando recentemente propostas de recomposição salarial e reestruturação da carreira, ainda a ser debatida com a classe e enviada ao Congresso. Portanto, analisamos o movimento com respeito e solidariedade, certas de que, em breve, chegaremos a uma solução e retomaremos a nossa normalidade institucional. No caso da greve de professores, ela já é uma realidade em algumas instituições, mas não na UFPB. Esperamos que as negociações também avancem e que sirvam para demonstrar ao Governo Federal, mais uma vez, a necessidade de priorizar a educação para o efetivo desenvolvimento do país.

No que se refere à campanha para a Reitoria, apesar dessa situação, temos encontrado uma UFPB viva, pulsante, envolvida como nunca nesse pleito. Sentimos a cada encontro, em cada Centro que visitamos, que há uma verdadeira vontade de participar, de contribuir com o processo democrático dentro da UFPB. Como a eleição é presencial, através de urna eletrônica, temos certeza de que na próxima quinta-feira, 25 de abril, teremos um dia histórico na nossa instituição, com a comunidade acadêmica participando e demonstrando a vontade de fazer valer o seu voto.

 

WSCOM – na conjuntura atual posta é seguro dizer que a primeira colocação será respeitada pelo MEC?

 

Terezinha Domiciano – A nossa campanha defende a escolha democrática dos representantes das Instituições de Ensino Superior, porque isso faz parte da luta histórica dessas instituições por autonomia e respeito aos interesses da comunidade acadêmica. Isso orientou a nossa busca pela nomeação em 2020 e orienta também a nossa campanha de 2024. O contexto político, claro, é diferente daquele da eleição anterior, em que fomos eleitas e não nomeadas pelo então presidente da república. Por isso, contamos que agora o Governo Federal respeite efetivamente o resultado do pleito, porque isso é o que espera toda a nossa comunidade acadêmica. E o governo atual, efetivamente, tem respeitado a autonomia universitária em todas as nomeações realizadas nas universidades federais.

 

WSCOM – que mensagem final apresentas ao conjunto dos eleitores dos três segmentos?

 

Terezinha Domiciano – Há uma frase de Santo Agostinho que toca forte em nossos corações: “A esperança tem duas belas filhas: a indignação e a coragem. A indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão. E a coragem, a transformá-las”. Isso está no verde da nossa campanha, na busca por esperançar dias melhores, com muito trabalho e dedicação. Não precisamos aceitar os problemas que estão aí, no dia-a-dia da UFPB. Temos coragem para mudá-los, apresentando propostas concretas, preparo e diálogo com a comunidade. Em 2020, fomos eleitas e não empossadas. E ouvimos de muita gente durante a campanha: só com muita coragem para enfrentar novamente essa disputa. Sim, nós temos coragem. E nós não estamos sozinhas. Estamos com todas e todos que compõem a UFPB, propondo uma gestão que, de fato, privilegia o laço indissociável que une inovação à inclusão. Defendemos uma UFPB que nos orgulhe e que nos acolha. Uma UFPB que faça justiça ao seu passado, que encare os desafios do presente e que esteja preparada para o futuro. Uma UFPB humanizada, democrática e de qualidade. É nisso que acredita a Chapa 1!



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