Alvos da Operação Incoerência, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), estariam recebendo apoio de agentes públicos, incluindo políticos da Paraíba. A informação foi confirmada pelo coordenador do Gaeco, Octávio Paulo Neto, durante entrevista nesta quinta-feira (6). A ação policial cumpriu 62 mandados de busca e apreensão contra o tráfico de drogas em João Pessoa.

De acordo com Paulo Neto, determinadas áreas da capital tem sido ocupadas por movimentos ligados às facções sob o manto de serem movimentos sociais. O coordenador explica que a preocupação dos policiais é que as atividades criminosas têm se expandido em todo o país com o apoio de agentes e órgãos públicos.

“Desse modo, a gente tem desenvolvido esse esforço com a finalidade de tentar entender a mecânica e se contrapor efetivamente àqueles movimentos que contrariam a Constituição e expropriam a população de seus direitos. O mais grave é que os faccionados têm expropriado as pessoas de um direito à moradia para monetizarem sob esses direitos e isso, muitas vezes, com o apoio de agentes públicos e políticos”, disse.

A Operação ‘Incoerência’ também investiga um grupo criminoso que utilizava o “Programa João Pessoa Sustentável” da Prefeitura Municipal de João Pessoa, para praticar os crimes. O projeto oferece aos moradores de áreas de risco, realocação para moradias ou indenização de R$ 115.000,00.

Resposta da prefeitura

Em nota, a Prefeitura de João Pessoa afirmou que tem trabalhado com o apoio da Polícia Militar e demais órgãos de Segurança Pública para evitar a reocupação dessas áreas, atuando, inclusive, na demolição desses imóveis.

O órgão lembrou ainda que todas as famílias em situação de risco foram cadastradas e estão sendo acompanhadas pelo Programa. Além de retirar pessoas em áreas de risco, o programa busca assegurar segurança social para todos.