Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Geral

Treze anos de saudades


01/04/2023

Foto: autor desconhecido.

O dia primeiro de abril será sempre um dia triste no meu calendário. Há exatamente treze anos experimentei o doloroso sentimento de ver uma das pessoas que mais amei na vida sair do meu convívio diário. Meu pai partiu para, em outra dimensão, continuar intercedendo junto a Deus em favor de todos nós que formamos a sua descendência. Sua ausência física provoca uma saudade que contraria a afirmação de que “o tempo tudo cura”. Ela é maior a cada dia que passa.

Difícil confortar um coração saudoso. Costumo chorar meu pranto baixinho, silenciosamente, com receio de que ele se perturbe com minhas lágrimas de tristeza. Sei o quanto ele sofria quando me via triste. Era como se quisesse assumir a minha dor.

É impressionante como sinto a sua presença na minha vida. Percebo-me ajudando a escrever as crônicas que venho publicando diariamente. Na minha mente escuto a sua voz me aconselhando nos momentos de dificuldade e me festejando quando da conquista de vitórias. A minha imaginação fica fértil de lembranças que me encorajam quando a fragilidade quer me derrubar.

Ele sempre foi um homem forte. Nunca o vi se lamentando por nada. Paciente, compreensivo, amoroso sem ser piegas, rigoroso na aplicação da sua responsabilidade paterna, estava permanentemente próximo, acompanhando passo a passo a formação da personalidade de cada filho. Seu exemplo de dignidade, honradez e honestidade, foi o maior legado que nos deixou. Ao lado de minha mãe, fez dos seus oito filhos, orgulhosos herdeiros de uma postura de vida voltada para o bem.

Deusdedit Leitão, meu pai, meu ídolo, meu guia, marcou sua passagem enquanto conviveu fisicamente conosco, numa conduta que merece admiração e respeito, não só dos que integravam a sua família, mas de todos os que tiveram a oportunidade de com ele compartilhar experiências de vida. Sua memória é para mim uma luz que ilumina os passos da minha caminhada, na certeza de que, onde ele estiver, estará cuidando para que não tropece. E se isso acontecer, estará junto tentando me levantar e me incentivando a continuar trilhando caminhos que me ensinou a seguir.

Rui Leitão


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