Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Política

Ainda somos uma sociedade machista


08/03/2023

Em ano eleitoral, sociedade civil deve ficar atenta para impedir e denunciar a violência política contra mulheres candidatas (Foto: Mídia NINJA)

A violência à mulher é, sem qualquer dúvida, consequência do machismo que ainda perdura na nossa sociedade. Continua na cabeça de muitos homens a ideia de que a mulher é sexo frágil e que podem fazer dela sua propriedade. Consideram-se em nível de superioridade e não aceitam facilmente a independência que elas vêm conquistando ao longo do tempo. As marcas do ciúme e do preconceito são promotoras dos atos de violência, sejam verbais, ou físicas, praticados contra elas.

A Lei Maria da Penha, promulgada em 2006, procurou estabelecer um freio à violência doméstica. Em 2015 o Código Penal em seu artigo 121, definiu o crime de feminicídio. Foram avanços importantes na tentativa de acabar com a cultura por muito tempo aceita, da submissão da mulher ao homem, fundamentada no patriarcalismo. No livro REVOLUCIONÁRIAS, lançado ontem pela Editora A UNIÃO, 40 mulheres brasileiras, incluindo 10 paraibanas, são apresentadas como referências históricas de luta pelas conquistas da emancipação feminina ao longo dos anos em que essa cultura machista concorria para que os espaços na sociedade fossem predominantemente ocupados pelos homens.

As relações de gênero em nosso país continuam sendo muito desiguais. Há, com certa persistência, uma associação da masculinidade à tirania. Tenta-se a todo custo manter uma relação de domínio do homem sobre a mulher. O fato é que as mulheres continuam ainda desprotegidas no Brasil.

É preciso que se promova uma mudança social e cultural voltada para o respeito à igualdade de gênero. Esse conceito de supervalorização do sexo masculino, em detrimento do sexo feminino, precisa acabar de uma vez por todas. A misoginia, a hipermasculinidade e o chauvinismo, não podem mais ser admitidos como manifestações normais numa sociedade que necessita ser igualitária e justa.

Lamentavelmente o machismo ainda se faz presente na sociedade contemporânea. Por mais que muita gente insista em não concordar com essa verdade, o fato é que está enraizado na nossa cultura. Estilos de comportamento aprendidos durante a vida fazem com que muitos homens adotem atitudes machistas inconscientemente. O machismo deverá ser enfrentado no nosso dia a dia. Essa é uma luta para ser defendida por todos, incluindo também as mulheres. A reação tem que ser dos dois gêneros. A propósito, é bem interessante o que diz a escritora austríaca Germaine Greer : “Não podemos sobreviver no meio ambiente de sadismo masculino e masoquismo feminino, um universo de agressores e vítimas”.

 

Com este texto presto minhas homenagens às mulheres, ao tempo em que me solidarizo com a batalha diária que enfrentam para que tenhamos uma sociedade mais justa e igualitária nas relações de gênero.

PARABÉNS a todas as mulheres com as quais convivo, seja no ambiente familiar, seja nos locais de trabalho, seja nos relacionamentos sociais.


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