Policial

Empresário paraibano foragido é preso pela PF durante show de Safadão em SP


18/12/2022

Cerimônia de inauguração da nova sede da Polícia Federal, em Brasília.

Portal WSCOM



A Polícia Federal prendeu, neste domingo (18), um paraibano durante o show Garota VIP, com o cantor Wesley Safadão, São Paulo. A prisão é um desdobramento da Operação Sol Nascente. O acusado estava foragido as autoridades há cerca de um mês, quando foi desencadeada a ação. Ele foi encaminhado para o Sistema Penal de São Paulo, onde aguardará audiência de custódia.

De acordo com informações da PF, trata-se de Jhonatan Ricarte, apontado como traficante de drogas ligado a um dos principais líderes da quadrilha. A investigação apurou que o investigado comprou imóvel com recursos sabidamente ilícitos, e utilizou sua conta bancária para movimentar valores do tráfico de drogas.

Segundo a PF, nas redes sociais do suspeito há registros de uma vida de alto padrão (carros importados, lanchas, aviões, etc.), sem, em tese, possuir lastro financeiro para tal.

Sobre a operação

A Operação Sol Nascente foi deflagrada em 18 de novembro com o objetivo de desarticular organização criminosa especializada no tráfico interestadual de drogas, roubos e lavagem de dinheiro. A Polícia Federal cumpriu nove mandados de prisão na Paraíba, sendo quatro em João Pessoa e cinco em Campina Grande.

À época, foram expedidos 38 mandados pelo Juízo da Vara de Entorpecentes de Campina Grande/PB, nos estados de Paraíba, Amazonas, Pernambuco, Santa Catarina e Rio Grande do Norte, sendo 23 mandados de prisão, 30 de busca e apreensão e também foi decretado o bloqueio de mais de 170 contas.

Em relação ao tráfico de drogas, foi possível identificar ao menos três grupos que atuavam no fornecimento de grandes quantidades de maconha (skunk), ecstasy e cocaína para outros traficantes de drogas, principalmente localizados no Estado da Paraíba.

No decorrer das apurações, a Polícia Federal descobriu que mais de R$ 500 milhões foi movimentado no período investigado e que parte destes valores estavam sendo lavados através da utilização de empresas com atuação em vários ramos. As contas bancárias utilizadas no esquema e o patrimônio identificados foram bloqueados por determinação judicial.

Durante entrevista coletiva sobre o caso, os delegados Leonardo Paiva, Ricardo Vasconcelos Melo e Felipe Costa deram detalhes sobre a operação.

“São supostos empresários e pessoas de classe média que servem de ponte financeira do esquema (por onde transitam valores do tráfico). Temos fornecedores locais, temos transportadores. É uma rede que conta com quatro núcleos em divisão de tarefas, se articulando entre receber e mandar a droga, ter o contato com países vizinhos (para fazer essa droga ‘internalizar’ no Brasil)”, afirmou o delegado Leonardo Paiva.

Conforme a Polícia Federal, os investigados da Operação Sol Nascente deverão responder pelos crimes de tráfico interestadual de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro, cujas penas máximas somadas ultrapassam 20 anos de reclusão.



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