Política

Apesar das divergências na liderança nacional, Virgolino está confiante com a filiação de Bolsonaro ao Patriota

Racha no partido pode impossibilitar o ingresso do presidente à legenda


14/06/2021

Por Cristiane Cavalcante



O deputado estadual Wallber Virgolino, presidente do partido Patriota na Paraíba, declarou que esta confiante com a filiação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em sua legenda. De acordo com o parlamentar, há um impasse entre a liderança nacional, com divergências entre Adilson Barroso e Ovasco Resende, presidente e vice-presidente nacional do Patriota.

“Essa conversações entre o vice-presidente Ovasco e o presidente Adilson já são antigas. Um quer a filiação do presidente e o outro quer más com limitações. Eu espero que se resolva rápido, eu espero que tanto o presidente quanto o vice cheguem a um consenso, pra que o presidente [Jair Bolsonaro] se filie com a rapidez e a gente consiga fortalecer o partido em todo o Brasil”, disse em entrevista a rádio Arapuan FM nesta segunda-feira (14).

Virgolino já faz projeções para as eleições de 2022, com a possível futura filiação de Jair Bolsonaro e seus filhos, Carlos (Republicanos) e Eduardo (PSL). O senador Flávio Bolsonaro já se mudou para a legenda no dia 31 de maio, quando deixou o partido Republicanos.

“Com a chegada do presidente e seu clã, nós temos a possibilidade, inclusive na Paraíba, de elegermos um grande número de deputados federais, estaduais, de senadores e até mesmo de governadores. Então, torcemos para que se resolva rápido. Eu posso fazer muito pouco, porque sou presidente do Patriota Paraíba. Essas discussões estão a nível nacional, e eu espero que se resolvam rápido, e a gente está aqui esperando as diretrizes e as missões que por ventura saiam desses debates, dessas conversações, envolvendo a liderança nacional do Patriota”, concluiu o deputado.

Impasse na executiva nacional

Na semana passada,  o vice-presidente do Patriota, Ovasco Resende, disse que a candidatura a reeleição de Jair Bolsonaro não terá segurança. A fala foi motivado pelo racha interno que o partido começou a viver depois que o senador Flávio Bolsonaro anunciou que o clã deve embarcar na legenda visando 2022.

“Não acredito que Bolsonaro vá entrar em um partido dividido e no qual o próprio presidente da legenda age de forma sorrateira. Bolsonaro não tem segurança nenhuma de que Adilson [Barroso] vai manter sua candidatura à reeleição em 2022. Se aparecer um candidato mais forte nas pesquisas, Adilson pode tirar a legenda e apoiar outro nome”, disse ao O Globo.

Resende disse também que o presidente Nacional do Patriota, Adilson Barroso “usou Bolsonaro” para dar um “golpe” interno. Apesar da derrota junto a Executiva da legenda, Resende mantém o controle de diretórios considerados estratégicos, como Rio e São Paulo.

O vice-presidente do Patriota também alerta ao dizer que se Bolsonaro não dialogar com seu grupo político, haverá debandada e sua ala poderá apoiar outro candidato a presidência. Mas apesar dessa afirmativa, Resende deixa claro “não ter nada contra Bolsonaro” mas afirma que seu núcleo não foi consultado sobre a filiação de Flávio e muito menos sobre o apoio à reeleição do ex-capitão em 2022.

“Várias pessoas vieram falar comigo: “Sou bolsonarista e não concordo com o que fizeram com você na convenção”, finalizou.

Já Barroso declarou que o chefe do Executivo pediu de 10 a 15 dias para organizar a migração da sua base de apoio para a legenda. Para o presidente do Patriota, o racha que se instalou na legenda não atrapalha a escolha de Bolsonaro. “O presidente sabe quem está com ele”, disse.

Apesar das declarações amenas de ambas as partes da executiva nacional, as divergências entre Resende e Barroso representam o racha que existe no Patriota.


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