Saúde

Pesquisa revela que 80% dos recuperados de Covid-19 tiveram perda de memória

Especialista explica que pacientes com sintomas mais leves, incluindo os assintomáticos, também apresentaram sequelas neurológicas.


04/03/2021

Médico examina tomografias em hospital de Wuhan, epicentro da epidemia do novo coronavírus, na província de Hubei, na China — Foto: Wang Yuguo / Xinhua via AP

Portal WSCOM

Um estudo realizado pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (Incor), da Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo, revelou que 80% dos pacientes recuperados de Covid-19 apresentaram disfunções cognitivas, como perda de memória, dificuldade de concentração, problemas com compreensão ou entendimento e dificuldades com o julgamento e raciocínio.

A neuropsicóloga, Cléa Brito, explica que o vírus também atinge as funções neurais e cerebrais, e que os primeiros resultados de estudos apontam que não só aqueles que tiveram a doença na forma mais grave sofreram com alguma sequela cognitiva, mas também aqueles que tiveram sintomas mais leves, incluindo os assintomáticos.

“A partir do momento que o vírus entra nas células de tecidos cerebrais, ele causa uma inflamação. Então no decorrer do tempo os pacientes com a doença vão perdendo a memória. Por isso existe essa grande queixa de esquecimento porque essa área responsável pela memória foi afetada pelo vírus”, esclareceu a especialista sobre as sequelas neurológicas.

Cléa ressaltou que a medida que o tempo de tratamento contra a doença avança a inflamação na área cerebral vai diminuindo, e consequentemente a área responsável pela memória vai voltando lentamente ao normal.

Sobre o tratamento, a neuropsicóloga recomenda que o paciente passe por um processo de reabilitação.  “É necessário procurar um profissional na área de neurologia ou neuropsicologia porque é preciso fazer um mapeamento cerebral para se fazer um perfil neurocognitivo deste cérebro que foi afetado pelo vírus. Será feito um perfil cerebral e reabilitar, principalmente as pessoas com uma faixa etária mais baixa como adultos e adolescentes”, finalizou.



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