Brasil & Mundo

Líderes indígenas divulgam manifesto contra “genocídio” promovido por Bolsonaro


18/01/2020



PARQUE INDÍGENA NO XINGU (Reuters) – Líderes de tribos nativas do Brasil emitiram uma convocação para proteger a Amazônia e seu povo indígena do que chamam de “genocídio, etnocídio e ecocídio” planejados pelo presidente de direita do país, Jair Bolsonaro.

Um manifesto assinado na sexta-feira, ao fim de quatro dias de reuniões na reserva do Xingu, disse que Bolsonaro ameaça a sobrevivência do povo indígena com planos de permitir a mineração e a pecuária comerciais em suas terras protegidas.

“O governo atual está nos atacando, querendo tirar a terra de nossas mãos”, disse o documento, convocando um ano de manifestações e o apoio de organizações estrangeiras e ativistas ambientais.

Bolsonaro prometeu encorajar o desenvolvimento econômico da Amazônia para tirar as tribos da pobreza e melhorar a vida dos 30 milhões de brasileiros que vivem na região. Ambientalistas temem que seus planos acelerarão a destruição da floresta tropical, um baluarte contra as mudanças climáticas no mundo inteiro.

“Nós não aceitaremos garimpo, mineração, agronegócio e arrendamento em nossas terras, não aceitamos madeireiros, pescadores ilegais, hidrelétricas ou outros empreendimentos, como Ferrogrão, que venham nos impactar de forma direta e irreversível”, afirmou o documento de quatro páginas.

A reunião na vila de Piaraçu, no rio Xingu, foi convocada por Raoni Metuktire, chefe Kayapó de 90 anos que se tornou ativista ambiental nos anos 1980, com o cantor britânico Sting ao seu lado.



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